Ex-diretor recebeu R$ 326 mil como conselheiro da Braskem
Petrobras indicou Costa para integrar colegiado da petroquímica
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa recebeu R$ 326,4 mil como integrante do Conselho de Administração da Braskem em dois anos.
Em resposta ao juiz responsável pela Operação Lava Jato, Sergio Moro, a empreiteira Odebrecht enviou à Justiça Federal ontem (25) os rendimentos que Costa teve no Conselho da Braskem. Os pagamentos são todos legais.
A Petrobras tem direito a ocupar quatro das dez cadeiras do conselho da Braskem. A petroquímica é controlada pela Odebrecht, que possui 50,1% das ações com direito a voto, e pela estatal, dona de 47% do capital votante.
Costa foi membro do colegiado entre 30 de abril de 2010 e 27 de abril de 2012, período em que recebeu a remuneração. Foram R$ 100,8 mil em 2010; R$ 157,7 mil no ano seguinte e R$ 67,9 mil em 2012.
No mesmo documento enviado a Moro, os advogados da Odebrecht informaram que a Braskem jamais fez negócios, direta e indiretamente, com CSA, GFD, MO, Empreiteira Rigidez e RCI Software, empresas relacionadas ao doleiro Alberto Youssef.
As cinco empresas são apontadas pela Polícia Federal como parte do esquema de lavagem de dinheiro montado por Alberto Youssef.
Ainda hoje, o Conselho de Administração da Braskem conta com cinco nomes indicados pela Odebrecht, quatro pela Petrobras e um integrante indicado pelo BNDES.
Uma das cadeiras que cabem à Petrobras na Braskem é ocupada hoje por José Carlos Cosenza, atual diretor de Abastecimento, área comandada por Paulo Roberto Costa à época em que ele integrava o conselho.