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Integração deu R$ 4,3 mi a empresa suspeita na BA

Emenda de filho de ministro abasteceu construtora com endereço fantasma

No local declarado como sede da empreiteira há uma oficina mecânica; verba foi destinada no último dia útil de 2011

BRENO COSTA
ENVIADO ESPECIAL A JUAZEIRO (BA)

Uma empresa com um endereço fantasma foi a segunda maior beneficiária de emendas destinadas em 2011 pelo deputado federal Fernando Filho (PSB-PE) ao Ministério da Integração Nacional, comandado pelo pai, Fernando Bezerra Coelho.

Criada em 2009, a CSSA Construtora São Salvador está registrada no endereço de uma oficina mecânica, em Juazeiro (BA). Uma ponte separa a cidade de Petrolina (PE), base eleitoral dos Coelho.

A empresa obteve três contratos em 30 de dezembro, último dia útil de 2011, num total de R$ 4,3 milhões. Eles foram assinados com a Superintendência da Codevasf em Petrolina, chefiada por um indicado do ministro.

Um dos contratos, no valor de R$ 1,7 milhão, foi assinado pela estatal com recursos viabilizados por emenda de Fernando Filho. Como a Folha revelou no dia 6, ele foi o deputado com o maior volume de emendas liberadas em 2011 na pasta chefiada pelo pai.

Na Receita Federal, a empresa está registrada na rodovia do Salitre, 410, na periferia de Juazeiro. Gilberto Souza, dono da oficina que funciona no local, disse que nunca ouviu falar nela.

"O pessoal faz isso aí para ficar escondido", disse o mecânico, que afirma trabalhar há dois anos no local. Antes, a oficina funcionava do outro lado da rua. Ele diz que nunca viu uma construtora ali.

A CSSA está registrada em nome de Antonio Hilton Nunes Soares. Ele é sócio majoritário da Evel Terraplanagem, que é de Petrolina e também recebeu dinheiro via emenda de Fernando Filho.

A reportagem solicitou na Evel o telefone e o endereço da CSSA. A recepcionista disse não conhecer a empresa.

O primeiro contrato da Codevasf com a CSSA, de R$ 526 mil, foi obtido em pregão eletrônico do qual também participou a Evel, em 2010. A legislação proíbe que empresas com relações societárias disputem a mesma licitação.

Nos três lotes em disputa, o preço inicial apresentado pela Evel e pela CSSA foi

o mesmo.

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