Defesa de Cerveró culpa conselho de estatal por perdas
A defesa do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró entregou à Justiça Federal no Paraná um parecer que diz que o Conselho de Administração da Petrobras, então presidido por Dilma Rousseff, foi negligente na compra da refinaria de Pasadena, nos EUA.
Segundo o documento, assinado pelo advogado André Saddy, houve uma "grave falha" na decisão do conselho de autorizar a Petrobras a adquirir 50% da refinaria americana, em fevereiro de 2006.
O texto afirma que o Conselho de Administração foi "negligente" ao autorizar a operação, que provocou prejuízo de US$ 792 milhões, segundo o Tribunal de Contas da União. O conselho era composto, à época da compra, por Dilma Rousseff, Antonio Palocci, Jaques Wagner, Arthur Sendas, Fabio Barbosa, Claudio Haddad, Jorge Gerdau, Gleuber Vieira e José Sérgio Gabrielli.
"Tal falha procedimental ocorreu porque os membros do Conselho de Administração não tomaram a decisão da forma estabelecida no Estatuto Social da Petrobras, ou seja, sua deliberação deveria estar instruída de certos documentos e não estava."
Em 2014, Dilma disse que o conselho autorizou a aquisição da refinaria com base num parecer falho elaborado por Cerveró.
O documento enviado por Cerveró diz que, "ao tomar a decisão, o conselho analisou apenas o resumo executivo. Assim, descumpriu o procedimento que deveria ser realizado".
Cerveró argumenta que "toda a documentação foi entregue para a Diretoria Executiva e para a Secretaria-Geral da Petrobras, que enviou, ou deveria ter enviado, para o Conselho de Administração".
"Fica claro que o Conselho de Administração não observou as normas internas, imperativas, da Petrobras que regiam tais tipos de aquisições (...), uma vez que resta claro que seus membros não procederam com o devido zelo, agindo de forma negligente".