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Corregedora nega ao TJ dados sobre juízes investigados

FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO

O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo Ivan Sartori pediu à corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) Eliana Calmon nomes e dados das investigações sobre magistrados da corte paulista e teve o pedido negado.

Segundo a assessoria de Calmon, as informações não foram passadas ao presidente do TJ pois "dados sigilosos só são fornecidos quando formalmente solicitados".

Sartori esteve reunido com a corregedora por cerca de duas horas em Brasília. A princípio, o encontro foi agendado para a entrega do convite da cerimônia de posse solene do desembargador paulista em fevereiro.

"A conversa foi muito amistosa, e o tribunal mostrou que não tem nada contra o CNJ. Também disse a ela que eu gostaria de saber se havia algum caso concreto e específico contra desembargador que eu quero investigar", disse o desembargador.

Mas o pedido não foi atendido. "Ela foi evasiva. Não disse que tinha nem disse que não tinha. Pedi os casos, mas ela não me deu nenhum", afirmou Sartori.

A assessoria da corregedora informou que "a conversa foi de cooperação e transparência e, em que pese a boa intenção do presidente do tribunal, dados sigilosos só são fornecidos quando formalmente solicitados pelas autoridades competentes".

Hoje Sartori pretende questionar em São Paulo representantes do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão fiscalizador do Ministério da Fazenda, sobre as apurações no tribunal.

Auditores do Coaf participaram da inspeção realizada no TJ de 5 a 14 de dezembro. O órgão também foi o responsável por vasculhar 217 mil movimentações financeiras de juízes e servidores em busca de transações atípicas.

O relatório desse trabalho apontou que integrantes do TJ de São Paulo fizeram operações fora do padrão em dinheiro no valor de R$ 53,8 milhões entre 2000 e 2010.

"Quero entender o relatório do Coaf. O TJ de São Paulo possui 55 mil servidores e mais de 2.000 juízes em folha. Evidentemente, no período apontado, haveria um movimento altíssimo", afirmou o presidente do TJ.

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