Advogados pedem que juiz se declare suspeito e deixe caso
Os advogados dos executivos da OAS presos desde novembro pediram nesta quarta (21) ao juiz Sergio Moro que se declare suspeito e deixe a condução da Lava Jato.
Os advogados também pediram a nulidade de provas e do processo. Eles argumentam que, em 2010, o juiz havia se declarado suspeito por razões íntimas para atuar em um inquérito que tratava do doleiro Alberto Youssef.
Naquele inquérito, Moro se apresentou em dificuldade para continuar no caso porque discordou do encaminhamento dado pelo Ministério Público Federal a um acordo de delação premiada fechado com o doleiro em relação ao caso Banestado, que desvendou remessas ao exterior.
Para a OAS, a decisão anterior de Moro o impediria de conduzir "qualquer outro processo em que estivesse envolvido o corréu [Youssef]". O juiz não foi encontrado pela Folha para comentar.
Em sua defesa prévia, a Galvão Engenharia pediu a transferência do processo para o Rio, sob a alegação de que lá fica a sede da Petrobras.
Ainda nesta quarta, os dirigentes da Camargo Corrêa presos, Eduardo Leite, Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler, tiveram pedidos de habeas corpus negados por Laurita Vaz, presidente em exercício do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
OBRAS
O Tribunal de Contas da União rejeitou recurso da Petrobras e decidiu enviar à Lava Jato suas investigações sobre empresa comandada pela estatal para fazer o gasoduto Cacimbas-Catu. O TCU suspeita de "sobrepreço e superfaturamento" que poderiam ter alimentado desvios. A estatal nega irregularidades no projeto, de R$ 6,3 bilhões.
Nesta quarta, a Petrobras admitiu que seu balanço financeiro pode registrar o prejuízo com a refinaria Abreu e Lima (PE). A Folha mostrou no domingo (18) que a obra gerará perda de US$ 3,2 bilhões e suas receitas futuras serão incapazes de pagar os US$ 18,5 bilhões investidos.