Ministro defende acordos com investigados
O ministro Luís Inácio Adams, chefe da Advocacia-Geral da União, defendeu, neste sábado (21) a legalidade dos acordos de leniência que o governo começou a discutir com empresas sob investigação na Operação Lava Jato.
Em vídeo divulgado na internet, Adams sustentou que os acordos não impedem a punição dos criminosos e podem até fazer as investigações avançarem ao assegurar a colaboração das empresas.
"É uma solução para uma penalização administrativa. Não tem nenhuma função na área penal. Ela não isenta o criminoso, não impede a produção de prova. É um instrumento que potencializa a investigação porque coloca a empresa como agente colaborador do Estado", afirmou.
Adams destacou no vídeo que os acordos de leniência são adotados em vários países, como os EUA. Para ele, é melhor buscar acordos desse tipo do que declarar a inidoneidade das empresas e impedi-las de fechar novos contratos com o governo federal.
"Os exemplos que temos resultaram no fechamento de empresa, inviabilizaram o ressarcimento, não ajudaram na investigação e responsabilização de acusados, e não mudou a prática", disse. Ele esclareceu que os acordos precisam de aval do TCU (Tribunal de Contas da União).
A CGU (Controladoria-Geral da União) diz que já foi procurada por duas empresas para discutir o assunto. Nove empreiteiras são investigadas pela Polícia Federal hoje: Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Iesa, Mendes Júnior, OAS, Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC.
Em entrevista na sexta (20), a presidente Dilma Rousseff defendeu as investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras, mas voltou a dizer que o combate à corrupção não pode provocar a destruição das empresas, por causa de seu peso na economia.