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VERA MAGALHÃES folha.com/painel
Foco na leniência
O governo enviará nesta quarta-feira ao Congresso o pacote de combate à corrupção. Embora a ideia seja responder aos protestos contra o governo, uma das principais medidas será garantir, na regulamentação da Lei Anticorrupção, que as empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato fechem os acordos de leniência. O Planalto vai propor gradações para a multa que empresas investigadas têm de pagar. O fato de serem muito altas era um dos obstáculos para selar os acordos.
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Ranking O Planalto avalia que o tom conciliador usado no domingo por José Eduardo Cardozo (Justiça) foi mais adequado que o adotado por Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), beligerante.
A palavra é... Na mesma linha, Dilma Rousseff, Eduardo Braga (Minas e Energia) e o próprio Cardozo repetiram à exaustão que o governo viu com "humildade" os atos.
No celular O governo terá, em abril, um número para enviar mensagens de Whatsapp para quem se cadastrar. A ideia é divulgar fatos positivos e rebater boatos contra a presidente nas redes sociais.
Mundo novo A avaliação interna é que a popularização do Whatsapp impede o monitoramento confiável de adesão a manifestações e do potencial de alcance de notícias negativas, como havia em junho de 2013, por exemplo.
Pelo menos Integrantes do governo avaliaram como positiva a baixa mobilização contra Dilma no Nordeste.
Não custa Ainda assim, a presidente vai começar pelos Estados da região a série de encontros com governadores que fará, ainda no esforço de romper o isolamento político.
Maracujina O núcleo político do governo teme que, em vez de se desculpar com deputados nesta quarta-feira, Cid Gomes (Educação) distribua mais bordoadas. Existe a possibilidade de ele prorrogar a licença médica.
tiroteio
"O governo deve refletir sobre os 2 milhões que foram às ruas, e não minimizar. Este país não pode ser uma ditadura de pensamento único."
DE JOSÉ ANTONIO REGUFFE (PDT-DF), senador, sobre as primeiras reações de setores do governo, de atribuir as manifestações ao eleitorado de oposição.
contraponto
Armado até os dentes
Depois de uma celebração discreta no Ministério da Defesa por seu aniversário nesta segunda-feira, Jaques Wagner surpreendeu os subordinados da pasta:
--Me desejem sorte, porque vou para a guerra amanhã, enfrentar uma batalha muito difícil!
Diante da cara de espanto dos auxiliares, esclareceu que não se tratava de nenhuma missão militar.
O ministro, que participou da reunião do núcleo político, também não se referia aos protestos em todo o país.
--É porque vou encontrar Joaquim Levy para tratar dos recursos das Forças Armadas! --disse, para riso de todos.