Ministro rejeita pedido para anular delação de doleiro
Dias Toffoli, do STF, nem analisou parecer de Dipp sobre ilegalidade de delação de Youssef
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli rejeitou nesta quarta(8) um pedido feito pela defesa do diretor da Galvão Engenharia, Erton Medeiros, para anular a delação premiada do doleiro Alberto Youssef na Operação Lava Jato.
Toffoli não analisou o mérito do pedido. Disse que o tipo de recurso --um habeas corpus-- não era cabível.
O advogado Jose Luis Oliveira Lima informou que recorrerá para que os demais ministros se manifestem.
No pedido, ele enviou um parecer do ex-ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Gilson Dipp dizendo que a delação não teria validade pois o doleiro já havia firmado e descumprido um outro acordo de delação premiada, no caso do Banestado ""informação omitida do pacto atual.
Especialista em lavagem de dinheiro, Dipp defendeu que o acordo é ilegal e que provas coletadas a partir dele são "imprestáveis". Sustentou que falta credibilidade a Youssef, já que ele omitiu informações à Justiça antes.
Para o advogado de Youssef, Antonio Augusto Figueiredo Basto, o acordo, homologado pelo ministro Teori Zavascki, não tem problemas. "O acordo atual engloba o anterior. Acho que o ministro (Dipp) deveria estudar melhor o caso antes de sair por aí vendendo parecer."
Segundo Basto, não há impeditivo para alguém que rompeu um acordo no passado fechar um novo pacto.