Outro lado
Ministros rebatem acusações de ex-diretor da SBM
Os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Valdir Simão (Controladoria-Geral da União) rebateram nesta terça-feira (14) acusações de que investigação contra a firma holandesa SBM Offshore foi adiada por conta da eleição presidencial do ano passado.
A CGU abriu processo contra a offshore em 12 de novembro de 2014, 17 dias após o segundo turno eleitoral, vencido pela presidente Dilma.
Em entrevista à Folha, o ex-diretor da SBM Jonathan David Taylor disse que entregou papeis e deu depoimentos à controladoria entre agosto e outubro do mesmo ano.
Cardozo se disse indignado com a fala do ex-funcionário da SBM.
"Polícia federal, CGU e o Ministério da Justiça agiram com o máximo rigor. Quem quer esconder não investiga."
Simão confirmou que o órgão foi procurado por Taylor em agosto e que servidores o encontraram em Londres em outubro de 2014.
Questionado sobre o intervalo entre o primeiro contato e a reunião, o ministro explicou que a data foi acertada de acordo com a conveniência de Taylor e dos servidores.
Segundo Simão, o ex-funcionário foi informado de que havia uma apuração em curso desde fevereiro e chegou a perguntar se receberia vantagem econômica para contribuir com a investigação.
O ministro disse que a CGU decidiu não utilizar o material fornecido por Taylor por temor de que fosse falso ou tivesse chegado às mãos dele de forma ilegal.
"Se isso se confirmasse, o processo todo envolvendo a SBM correria o risco de ser anulado", justificou.
Ele acrescentou que, mesmo desconsiderando esses papeis, foi aberto um processo contra a SBM.