Outro Lado
Ex-deputado defende arrendamento de sua emissora e nega prática ilegal
Ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Carlos Apolinário admite ter arrendado sua rádio para a Comunidade Cristã Paz e Vida. Ele defende-se dizendo que mais de 2.000 emissoras do país --segundo sua estimativa-- são controladas por igrejas, seguradoras e bancos que pagam aluguel para os concessionários.
"O procurador entendeu que uma concessão não poderia ser arrendada, algo completamente sem fundamento jurídico", disse.
"Se a tese dele fosse verdadeira, não poderia ter a rádio Bradesco, que é um banco, não uma rádio. Qual crime eu cometi, se paguei todos os impostos? É crime ganhar dinheiro?", questionou Apolinário, frisando que não tem contratos com o poder público.
"Ou a lei vale para todas as 2.000 rádios e televisões que arrendam horário ou não vale. Agora, o único que sofreu essa sanção foi o Carlos Apolinário", prosseguiu.
O ex-deputado também contesta a alegação de que tenha mudado ilegalmente o local de outorga, em São José dos Campos, para São Paulo. Ele afirma que há pelo menos dezesseis rádios do interior paulista que hoje estão instaladas na capital.
Segundo ele, a antena na serra do Itapeti, em Mogi das Cruzes, que permite à rádio alcançar a capital e a região metropolitana, é legal.
"Eu consegui uma autorização da Justiça para a antena em Mogi, eu não estava lá de bobo alegre, não", disse.
O ex-deputado se disse castigado injustamente pelo bloqueio dos seus bens: "Essa ação cível me deixou sem um tostão no bolso. Estou arrumando dinheiro emprestado para pagar dívida e funcionário. Você não sabe o sufoco que estou passando".
A Folha não conseguiu encontrar o pastor evangélico Juanribe Pagliarin, da Comunidade Cristã Paz e Vida, para comentar o caso.