Dilma tenta blindar Haddad contra falhas do Enem

O governo federal usou ontem um evento no Palácio do Planalto para fazer defesa ferrenha do ministro Fernando Haddad (Educação) e do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) -tema que será alvo de ataques nas eleições municipais.

Haddad deixa hoje o cargo para se dedicar à campanha a prefeito de São Paulo pelo PT. Assumirá no seu lugar Aloizio Mercadante, que estava no Ministério da Ciência e Tecnologia.

O objetivo oficial do evento era comemorar a concessão da milionésima bolsa de estudos do ProUni (Programa Universidade Para Todos). No entanto, se transformou em uma despedida informal, com direito a uma série de depoimentos elogiosos à gestão de Haddad, da presidente Dilma Rousseff a estudantes.

Ambos usaram suas falas para rebater críticas ao exame e tentar colar nele um carimbo positivo. "O Enem é uma forma mais democrática de acesso dos jovens ao ensino universitário. É exemplo da determinação do ministro Fernando Haddad, de assegurar uma transformação e uma deselitização do ensino universitário", afirmou Dilma, ao discursar.

A presidente também anunciou que em 2013 haverá duas edições do Enem.

A cerimônia de transmissão de cargo ocorre hoje e deve contar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em reunião marcada para sábado, o conselho político da pré-candidatura de Haddad deve manter abertas as negociações com o PSD, do prefeito Gilberto Kassab, para uma aliança em outubro.

O conselho de Haddad discutirá a proposta feita por Kassab de indicar um vice de seu partido para a chapa do petista sem, no entanto, descartá-la.