PF indicia 4 ex-deputados por lavagem e corrupção
Inquérito aponta fraude em licitação
A Polícia Federal concluiu sete inquéritos que investigam ex-deputados e indiciou André Vargas (ex-PT-PR), Luiz Argolo (SD-BA), Pedro Corrêa (PP-PE) e sua filha Aline Corrêa (PP-SP). O doleiro Alberto Youssef e o empresário Pedro Paulo Leoni Ramos, que foi ministro do presidente Fernando Collor, também foram indiciados.
Ex-deputados do PP recebiam mesada do doleiro porque o partido havia indicado Paulo Roberto Costa para a diretoria de Abastecimento da Petrobras. A propina saía de contratos da estatal.
No total, foram 30 indiciamentos por suspeitas de crimes como lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa e fraude à licitação. Youssef foi indiciado cinco vezes; Vargas e Corrêa, três vezes cada um.
Indiciamento é a figura que a PF recorre quando acredita ter elementos que apontam para a prática de um crime.
À exceção de Aline, os ex-parlamentares estão presos desde o dia 10 de abril.
O empresário Leonardo Meirelles, sócio do laboratório Labogen, também foi indiciado por fraude à licitação junto com o ex-ministro Leoni Ramos e André Vargas.
A PF considerou que a parceria que a Labogen conseguiu com o Ministério da Saúde para produzir o princípio ativo de um remédio que era importado, um negócio que renderia R$ 31 milhões ao laboratório, foi uma fraude à lei das licitações. Interceptações apontam que a parceria, rompida pelo ministério após a Operação Lava Jato, foi obtida com a ajuda de Vargas.
O publicitário Ricardo Hoffmann, que foi dirigente da agência Borghi Lowe em Brasília até dezembro do ano passado, também foi indiciado. Produtoras que eram contratadas pela agência repassaram pelo menos R$ 3,17 milhões para empresas de Vargas, ainda segundo a PF.
OUTRO LADO
O advogado Haroldo Nater, que defende Meirelles, disse que "a PF cometeu um equívoco". "Para haver fraude à licitação tem de ter contratação por parte do governo e isso não ocorreu". Os advogados de Vargas e Corrêa não foram localizados. Leoni Ramos não quis se pronunciar.