CPI Da Petrobras
Ex-gerente jurídico nega interferência de empresas em contratos da estatal
DE BRASÍLIA - O ex-gerente executivo da área jurídica da Petrobras Nilton Maia afirmou à CPI da Petrobras nesta quarta (10) que não ficou comprovada a interferência da Abemi (Associação Brasileira de Engenharia Industrial), representante das empreiteiras, em alterações contratuais da estatal.
A acusação havia sido feita pelo subordinado de Maia, o ex-gerente jurídico de Abastecimento Fernando de Castro Sá, que denunciou o caso ao seu superior e acabou afastado do cargo --segundo Maia, por "aspectos comportamentais", como querer dar pareceres sobre outras áreas fora de sua alçada.
À Justiça Federal Castro Sá havia relatado: "Criaram uma comissão de direito contratual e, quando chegava na proposição das coisas, vinha assim 'porque a Abemi solicitou', 'porque a Abemi quer', e aí isso foi me tirando do sério".
Maia chefiou o jurídico da estatal de 2003 a 2015 --ele continua na área, mas em outro cargo. Segundo ele, as denúncias contra a Abemi foram alvo de apuração interna.
"De 48 propostas [de alterações contratuais feitas pela Abemi], só 3 foram aceitas. Envolvem questões pontuais, como trabalho infantil e ressarcimento de valores por não-prestação de serviços", disse Maia.
Ele afirmou ainda nunca ter tratado diretamente com representantes da associação.