Instituto Lula deve ser alvo de inquérito, diz delegado
Objetivo seria apurar doações de empreiteira
A Polícia Federal deve instaurar um inquérito específico para apurar as doações feitas pela empreiteira Camargo Corrêa ao Instituto Lula.
A entidade recebeu R$ 3 milhões da construtora entre 2011 e 2013, segundo relatório de contabilidade anexado à apuração da Lava Jato.
Ex-executivos da Camargo, Eduardo Leite e Dalton Avancini fizeram acordos de delação e admitiram pagamentos de propina em obras públicas.
Segundo o delegado Igor Romário de Paula, "muito provavelmente" as doações à entidade de Lula serão objeto de uma nova investigação, que incluirá ouvir os executivos delatores sobre os motivos das doações e a origem dos recursos transferidos.
O instituto também deve ser chamado a explicar a razão dos pagamentos, disse.
A entidade e a empreiteira já afirmaram que as doações tiveram eram de apoio institucional à entidade. As doações, segundo o instituto, estão em conformidade com a finalidade da organização: estudo de políticas públicas para a erradicação da pobreza e da fome no mundo.
OKAMOTTO
Em uma manobra para atacar o PT e proteger o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a CPI da Petrobras aprovou nesta quinta (11) requerimentos para convocar o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e o tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010, José de Filippi Júnior.
Mas deixou de fora as convocações de figuras que poderiam implicar Cunha, investigado na Lava Jato. A pauta de votação foi montada pelo presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), fiel escudeiro de Cunha.