Camargo não tem provas de serviços de José Dirceu
Empresa do ex-ministro recebeu por consultoria
A Camargo Corrêa informou à Justiça Federal no Paraná que não encontrou relatórios ou documentos que comprovem as consultorias prestadas pela empresa do ex-ministro José Dirceu, a JD Assessoria e Consultoria, para a empreiteira.
A JD recebeu R$ 886 mil entre 2010 e 2011. "O Globo" revelou nesta quinta-feira (11) que a Camargo não achara provas das consultorias.
O pedido de comprovação havia sido feito em março pelos procuradores da Operação Lava Jato. A suspeita dos investigadores é que os contratos de consultoria serviram para dar aparência legal ao repasse de propina --o que Dirceu nega enfaticamente.
O ex-ministro disse que prestou consultorias para a empresa em Portugal, onde a Camargo Corrêa estava interessada na compra de uma produtora de cimento, e também na Venezuela.
Os pagamentos da Camargo a Dirceu foram feitos entre 2010 e 2011. A compra da produtora de cimento foi fechada dois anos depois, segundo o advogado Roberto Podval, que defende Dirceu.
Entre 2006 e 2013, a empresa de Dirceu recebeu R$ 39 milhões, inclusive de outras firmas investigadas na Lava Jato. Condenado a 7 anos e 11 meses no mensalão, o ex-ministro passou à prisão domiciliar em novembro último.
OUTRO LADO
Podval diz que "não tem provas porque esse tipo de consultoria não tem um trabalho físico, como um relatório, a ser apresentado". Segundo ele, o trabalho "é um tipo de aconselhamento".
Em nota, a Camargo Corrêa disse que "está prestando os esclarecimentos necessários às autoridades competentes sobre os serviços prestados".