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Taxa de desemprego é a menor desde 2002

O índice no país diminuiu principalmente por conta da redução da procura de trabalho

PEDRO SOARES
DO RIO

Mesmo à sombra da crise e num cenário de economia mais fraca, o mercado de trabalho das maiores metrópoles do país viveu, em 2011, seu melhor momento em nove anos, com a mais baixa taxa de desemprego desde pelo menos 2002, segundo o IBGE.

Diante principalmente da menor procura por trabalho, a taxa de desemprego cedeu de uma média anual de 6,7% em 2010 para 6% em 2011, colocando o Brasil numa posição intermediária entre os países.

O país obteve índices melhores do que os desenvolvidos e equivalentes aos latino-americanos e emergentes -exceto China e México, segundo projeções do FMI (ver gráfico ao lado).

O desempenho favorável -que levou a taxa a cair para 4,7% em dezembro, a mais baixa de todas- se deu mais por conta da redução da procura de trabalho do que pelo crescimento expressivo da abertura de novas vagas.

O contingente de pessoas desempregadas e em busca de uma colocação caiu 10,4% em 2011, enquanto o emprego subiu apenas 2,1%. Em 2010, o total de pessoas ocupadas havia tido um crescimento maior: 3,5%.

Os dados mostram que a taxa de desemprego foi mais elevada entre os jovens. Entre os com 15 a 17 anos, o índice chega a 23% e entre os de 18 a 24 anos é de 13,4%.

Das regiões metropolitanas avaliadas na pesquisa, Salvador é a que apresenta a taxa mais alta: de 9,6%.

Para a LCA Consultores, a taxa de desemprego declinou principalmente porque menos pessoas procuraram um emprego sob influência do "fato de a renda média anual ter se mantido em alto patamar, o que pode ter desestimulado a busca de uma ocupação para reforçar a renda" da família.

O rendimento perdeu fôlego e cresceu 2,7% na média de 2011, quase um ponto percentual a menos do que em 2010 (3,8%). Manteve-se, porém, em valores historicamente elevados (R$ 1.625).

Para Mauro Rochlin, professor do IBGE, nem a freada do rendimento fez de 2011 um ano ruim para o mercado de trabalho, que teve um desempenho positivo diante do avanço das importações e do consequente efeito negativo sobre a indústria.

Segundo ele, o setor de serviços, mais ligado à renda doméstica, "sustentou o dinamismo" do mercado de trabalho em 2011, algo que deve se intensificar neste ano. "Mas é provável que a taxa de desemprego aumente, pois os impactos do câmbio serão ainda mais sentidos pela indústria."

O ritmo mais lento da geração de vagas na indústria, diz, explica a piora da renda, pois o setor é o que paga os maiores salários.

Esse movimento foi mais notado em São Paulo, principal polo fabril do país e onde o rendimento subiu só 0,7% em 2011.

Já o IBGE cita ainda a inflação mais alta e o menor reajuste do salário mínimo no ano passado como causas da desaceleração da renda.

Um destaque positivo foi o aumento do número de empregos formais, cuja expansão de 6,8% em 2011 ficou acima da média de crescimento do emprego.

Segundo pesquisa do Datafolha, o desemprego deixou de ser o principal problema do país. A posição atualmente é ocupada por saúde. No levantamento feito em janeiro, desemprego ficou em terceiro lugar.

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