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Peluso se desculpa, e conselheiros do CNJ 'validam' licitação

Após reunião, ala de oposição ao presidente do órgão diz que problemas apontados em relatório foram esclarecidos

Ministro também adiou discussão pública sobre as propostas que, na prática, tiram poder da presidência do conselho

LEANDRO COLON
NÁDIA GUERLENDA
DE BRASÍLIA

Numa reunião a portas fechadas, o presidente do CNJ, Cezar Peluso, pediu desculpas aos colegas pela falta de comunicação sobre licitação feita às pressas em dezembro e colocada sob suspeita pelos integrantes do órgão.

Ao mesmo tempo, a ala anti-Peluso no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) aceitou uma trégua e abandonou o tom crítico dos últimos dias. Os conselheiros divulgaram nota dizendo não haver "dúvidas" sobre a concorrência.

Isso ocorre depois da divulgação de um relatório do conselheiro e promotor Gilberto Martins, que apontou indícios de irregularidade na licitação de R$ 68 milhões, vencida em dezembro pela NTC, representante da Oracle.

Uma empresa participante, a IBM, contestou o resultado. Uma equipe técnica participou da reunião de ontem e, segundo os conselheiros, esclareceu os problemas.

A assessoria de Peluso confirmou à Folha que ele reconheceu, na reunião, ter falhado na comunicação interna, mas que reclamou também por não ter sido procurado para discutir o assunto.

Com a demora da reunião, que durou quatro horas, e a ausência de 4 dos 15 conselheiros, entre eles a corregedora Eliana Calmon, Peluso obteve outra vitória: adiou a discussão pública sobre as propostas do conselheiro Marcelo Nobre, que tiram poder da presidência do órgão.

Nobre disse que deve apresentar as mudanças em 13 de fevereiro para que sejam debatidas no dia seguinte. Ao menos seis conselheiros já se disseram a favor delas.

Nos bastidores, os conselheiros admitem que fizeram um recuo público, mas dizem que o gesto foi estratégico.

Reconhecem que, externamente, Peluso saiu vitorioso. Internamente, porém, avaliam que ele foi "sabatinado" por quatro horas, o que o enfraqueceu politicamente.

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