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Tucano que recebeu de empresa diz que não fez nada em troca
Citado pelo dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, como beneficiário de doações ilegais, de acordo com a revista "Veja", o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) divulgou nota neste sábado (27) para rebater a acusação, afirmando que não teria como exercer influência a favor da construtora na Petrobras.
"Em primeiro lugar, não faz parte do meu repertório combinar política com negócio. Em segundo lugar, minha notória hostilidade aos governos petistas jamais me recomendaria a esse papel de intermediário junto à Petrobras", afirmou o senador.
Segundo a revista, Pessoa disse aos procuradores da Operação Lava Jato que deu R$ 500 mil a Nunes na campanha eleitoral de 2010, incluindo R$ 200 mil entregues em dinheiro e não declarados à Justiça. O senador admite ter recebido apenas os R$ 300 mil declarados oficialmente.
Segundo Nunes, as doações foram legais e solicitadas ao presidente da Constran, João Santana, "meu amigo há 40 anos, que sempre participou ativamente de minhas campanhas eleitorais". A Constran é uma construtora controlada pela UTC.
"Ocorre que, em 2010, a UTC havia se associado majoritariamente à Constran e, por isso, como me explicou ainda ontem o dr. João Santana, a doação foi contabilizada em nome da empresa dirigida por Ricardo Pessoa", afirma a nota do senador.
Além disso, Nunes diz que na época em que recebeu o dinheiro da UTC ninguém sabia da existência do esquema de corrupção na Petrobras e do envolvimento de Pessoa.
Nunes é o único político de oposição citado por Pessoa em seus depoimentos. No ano passado, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, outro dos delatores da Operação Lava Jato, disse que repassou R$ 10 milhões em propina ao falecido senador Sérgio Guerra (PSDB-CE) para barrar uma CPI criada para investigar a Petrobras em 2009.