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Governo de SP trata golpe militar de 'Revolução'

Secretaria retirou texto do ar e disse que conteúdo não reflete pensamento da administração

DE SÃO PAULO

A Secretaria da Segurança Pública do governo de São Paulo tratou o golpe militar de 1964 como "Revolução de Março" e afirmou que ela foi "desencadeada para combater a política sindicalista de João Goulart".

A informação estava na página da secretaria na internet até as 19h de ontem, quando foi suprimida. A Folha havia questionado a secretaria pouco antes de o texto sair do ar.

Por meio da assessoria da pasta, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que "o texto relacionado ao ano de 1964 não reflete o pensamento da Secretaria da Segurança Pública e foi retirado do site". O órgão não informou desde quando o conteúdo estava no ar.

O texto aparecia na seção "Institucional - Histórico" e afirmava que "em 25 de agosto de 1961, o presidente Jânio da Silva Quadros renunciou a seu mandato. Em 31 de março de 1964 iniciou-se a revolução, desencadeada para combater a política sindicalista de João Goulart. Força Pública e Guarda Civil puseram-se solidárias às autoridades e ao povo".

O termo "revolução" é usado por militares que negam que tenha havido uma ditadura no país de 1964 a 1985.

A imagem ao lado do texto era uma ilustração de pessoas carregando uma faixa com os dizeres: "Marcha da família com Deus pela liberdade".

A marcha foi uma manifestação contra o então presidente João Goulart, que aconteceu na cidade de São Paulo 12 dias antes do golpe que o tirou do poder.

POLÍCIA MILITAR

O site da Polícia Militar de São Paulo trata o golpe de maneira semelhante. A seção sobre o brasão de armas da corporação diz que a 18ª estrela do escudo se refere a "1964, Revolução de Março".

Nos últimos dias, a corporação foi alvo de protestos que a acusam de ter cometido abusos na operação realizada na chamada cracolândia, na capital, e na reintegração de posse do Pinheirinho, em São José dos Campos. O governo diz que possíveis exageros serão punidos.

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