Marta irrita PSB e sigla busca opções para 2016
Com aceno de senadora ao PMDB, partido cogita apoiar nome do PSDB
Para peemedebistas, filiação de ex-petista na legenda é improvável e seria um novo desgaste na relação com Dilma
A aproximação com o PMDB pode custar caro à senadora Marta Suplicy (sem partido-SP). O PSB, sigla que vinha negociando a filiação da ex-petista, irritou-se com os acenos dela ao partido do vice-presidente Michel Temer e começou a buscar alternativas para a eleição à Prefeitura de São Paulo em 2016.
O comando estadual da legenda estuda tanto lançar um outro nome da sigla ao posto como apoiar o candidato escolhido pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para representar os tucanos na disputa municipal.
A ameaça é uma resposta à hesitação da senadora em concluir o processo de filiação ao partido –adiado por ela duas vezes– e uma retaliação às conversas que ela mantém com a bancada do PMDB no Senado e com o vice-presidente. Nos encontros, ela tem sinalizado interesse em ingressar no PMDB –desde que a sigla lhe garanta desde já a candidatura em 2016.
A avaliação de lideranças nacionais do PMDB, contudo, é de que as conversas não devem ser levadas adiante. O receio é de que a filiação de Marta seja um novo fator de estresse na relação entre o PMDB e a presidente Dilma Rousseff.
A senadora deixou o PT em abril fazendo duras críticas à gestão da presidente e aos escândalos de corrupção que afligem o seu antigo partido.
No PSB, a avaliação é de que, com o estilo "personalista", a senadora conseguiu desgastar a relação que havia construído com o vice-governador Márcio França (PSB).
Para entrar no PSB, Marta teria feito exigências que criaram mal-estar na sigla, como a garantia de que a legenda consiga a maior parte dos recursos para sua candidatura.