Outro lado
Ex-diretor diz não ter tido acesso às acusações
A defesa de Renato Duque informou que ainda não teve acesso à denúncia, e que, assim que for notificada, irá rebater às acusações na Justiça, dentro do prazo legal.
Até aqui, o ex-diretor tem negado veementemente as acusações. Seus advogados já afirmaram que as suspeitas são "fantasiosas".
Sobre as obras de arte, o advogado Alexandre Lopes já havia afirmado à Folha que a coleção de 133 telas tem muitas réplicas e que "qualquer cidadão de classe média poderia comprá-las". Ele nega que os quadros tenham sido usados como forma de receber propina e diz que o valor da coleção é menor do que estima o Ministério Público.
Em relação à possibilidade de delação premiada, a defesa de Duque diz ser "totalmente contra" o recurso, mas admite que "ninguém que é preso na Lava Jato descarta essa possibilidade", diz o advogado Renato de Moraes.
"A partir do momento em que o delator é beatificado, e quem se defende no processo é punido, se eu estivesse lá, talvez eu pensasse também [em delação]", diz.
O advogado relembra que Duque tem enfrentado "um sofrimento físico e moral há mais de quatro meses", num quadro que torna propícia a celebração de acordos.
Já o defensor de Julio Camargo, Antônio Figueiredo Basto, diz que se manifestará após acesso à denúncia.
A Saipem do Brasil informou, em nota, que não foi notificada da denúncia, mas diz estar à disposição para colaborar com as investigações.
Os advogados dos demais acusados não foram localizados pela reportagem.