Executivos da Andrade Gutierrez viram réus na Justiça
Presidente da empresa responderá às acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa
Empresa disse em nota que não discutirá denúncias pela imprensa; Azevedo tem negado as acusações
O juiz federal Sergio Moro aceitou, nesta quarta-feira (29), a denúncia do Ministério Público Federal contra executivos da Andrade Gutierrez, que agora irão responder sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Foram acusados pela força-tarefa da Operação Lava Jato, que investiga o pagamento de propina em obras públicas, o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, e outras 12 pessoas, incluindo ex-funcionários da empreiteira.
Azevedo está preso preventivamente em Curitiba desde junho. Segundo o juiz Moro, há "provas documentais do fluxo financeiro" entre a empresa e operadores de propina, paga em dez contratos da empresa com a Petrobras.
O Ministério Público Federal acusa a empreiteira de ter promovido o pagamento de R$ 243 milhões em vantagens indevidas nesses contratos.
Foram detectadas movimentações de pelo menos R$ 10 milhões, aproximadamente, em operações de lavagem de dinheiro, feitas com o auxílio dos operadores Alberto Youssef, Fernando Soares (o Baiano), Armando Furlan Júnior, Mario Goes e Lucélio Goes.
"Além do depoimento dos colaboradores, a documentação que indica a existência do cartel e dos ajustes de licitação e a prova documental do fluxo financeiro entre a Andrade e os operadores conferem sustentação à denúncia", escreveu o juiz.
Além dos dois atuais executivos da Andrade Gutierrez, também foram denunciados os ex-funcionários Antônio Pedro Campelo de Souza, Flávio Gomes Machado Filho e Paulo Dalmazzo; os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque; o ex-gerente da estatal Pedro Barusco e os operadores Baiano, Youssef, Mario e Lucélio Goes e Armando Furlan Júnior.
NOVA PRISÃO
Moro também decretou nova prisão preventiva contra Baiano –a terceira contra ele.
O juiz argumentou que documentos do Ministério Público da Suíça mostram que Baiano detinha pelo menos uma conta secreta na Suíça –e há indicativos de possuir outras duas.
Para Moro, as provas mostram que Baiano "dedica-se profissional e habitualmente" a operações de lavagem de dinheiro e corrupção.