Juiz prorroga prisão de almirante suspeito de fraudes
O juiz federal Sergio Moro decidiu nesta sexta-feira (31) prorrogar por mais cinco dias, até o próximo dia 6, as prisões do almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva e do executivo da Andrade Gutierrez Flavio Barra por suposto envolvimento em fraudes e corrupção na Eletronuclear.
Ambos estão presos em regime de prisão temporária desde o último dia 28.
O Ministério Público havia pedido as prisões preventivas de ambos, porém o juiz decidiu conceder apenas mais prazo para que eles possam apresentar provas de serviços que a empresa de Othon, a Aratec, diz ter prestado a empreiteiras que justificassem pagamentos de R$ 4,5 milhões.
Othon alegou que são traduções feitas por sua filha e serviços de engenharia realizados pelo genro.
Nos arquivos das empresas e nas notas fiscais emitidas pela Aratec, porém, os procuradores encontraram várias menções a serviços de consultoria, não só de tradução.
O Ministério Público afirma que Othon não conseguiu comprovar os serviços da Aratec. "Não há nenhum produto da contratação. Nada foi encontrado", escreveram os procuradores.
Para o Ministério Público, Othon teve "papel fundamental" na "organização criminosa que se instalou na Eletronuclear, tendo em conta que ele exerceu durante longo período de tempo a função de diretor presidente da estatal, e, por isso, responsável pela execução de um orçamento bilionário, sendo certo que boa parte desses valores foram desviados".
Documentos da Receita Federal demonstram que a Aratec quadruplicou a sua receita a partir de 2009, depois que Othon assinou um aditivo com a empreiteira Andrade Gutierrez no valor de R$ 1,24 bilhão.