E-mail sugere que estatal sabia de cartel
Cade investiga acerto em licitação de Angra 3
Um e-mail obtido pelas autoridades sugere que funcionários da Eletronuclear sabiam de um cartel para fraudar a licitação das obras da usina nuclear de Angra 3.
O documento foi entregue pela Camargo Corrêa aos investigadores do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A construtora fechou um acordo de leniência com o órgão na sexta (31).
Na mensagem, executivos das empreiteiras Andrade Gutierrez, Odebrecht, Queiroz Galvão, EBE, Techint e UTC, além da própria Camargo, relatam conversa com funcionários da estatal na qual acertaram fundir consórcios que ficassem com dois pacotes de obras de Angra 3.
"A conversa foi muito boa, esclarecemos que toda a execução se dará através da figura da fusão dos 2!", diz o e-mail. Para o Cade, o encontro teria ocorrido um dia antes, em novembro de 2013, um mês da entrega das propostas para a licitação. O órgão não tem competência para investigar corrupção e não revela nomes dos funcionários.
Na terça, a PF prendeu o almirante da reserva Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da estatal, acusado de receber R$ 4,5 milhões em propina.