Outro lado
Pagamentos não têm a ver com eleição, diz Gleisi
Por meio de nota, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) negou existência de relação entre pagamentos de empresas do grupo Consist ao advogado Guilherme Gonçalves e suas campanhas eleitorais.
Segundo Gleisi, o advogado tem trabalhado em suas campanhas desde 2008 –antes da assinatura do acordo técnico entre a Consist e o Ministério do Planejamento, foco da suspeita de corrupção apurada pela nova fase da Operação Lava Jato.
O marido dela e ex-titular da pasta Paulo Bernardo foi procurado, mas não respondeu aos pedidos de entrevista.
Já o advogado Guilherme Gonçalves refutou a versão do Ministério Público Federal de que os pagamentos da Consist eram disfarce para propina destinada ao PT. Ele diz que prestou os serviços.
"Eu tenho contrato, impetrei ação em Goiás, fiz parecer jurídico, fiz consultoria", disse à Folha. Segundo ele, o escritório deu assessoria jurídica à empresa, na área de direito administrativo, para o contrato das operações de crédito consignado.
Gonçalves afirma ter trocado e-mails e participado de reuniões com o diretor jurídico da Consist, Valter Pereira. Quem o indicou para o trabalho foi Alexandre Romano, advogado e ex-vereador do PT em Americana (SP) preso nesta quinta pela Lava Jato.
"O que eu recebi está absolutamente nos termos do contrato, por serviços prestados", afirmou. "Cumpri meu papel de advogado."
A Folha não localizou a defesa de Alexandre Romano. Em depoimento, o presidente da Consist admitiu que os pagamentos foram feitos a pedido de Romano, mas negou que fossem suborno.