Lobista pode explicar repasse ao PT em 2010
Segundo doleiro, Baiano realizou a transferência
Apontado como o principal operador do PMDB no esquema de corrupção descoberto na Petrobras, o lobista Fernando Soares é a testemunha capaz de esclarecer a controvérsia sobre repasse de R$ 2 milhões que teria sido feito à campanha de Dilma Rousseff em 2010 a pedido do ex-ministro Antonio Palocci.
Mais conhecido como Fernando Baiano, o lobista está preso em Curitiba desde novembro e negocia colaboração em troca de pena reduzida.
Numa conversa na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, Baiano confidenciou ao doleiro Alberto Youssef, delator do esquema, que foi ele o operador envolvido no repasse à campanha de 2010 e que estaria disposto a falar sobre o assunto.
Na terça-feira (25), Youssef disse que um novo delator iria esclarecer o assunto, mas não deu seu nome. "Tem um outro réu colaborador que está falando. Eu não fiz esse repasse", afirmou.
A controvérsia em torno do repasse é um dos principais pontos de divergência entre depoimentos de Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que diz ter autorizado Youssef a repassar R$ 2 milhões para Dilma em 2010.
A defesa de Fernando Baiano afirmou desconhecer qualquer tratativa de delação.
(FLÁVIO FERREIRA, BELA MEGALE E ESTELITA HASS CARAZZAI)