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Indústria tem 2011 fraco, mas analistas preveem melhora

À exceção de 2009, quando houve recessão, resultado da produção do país ano passado foi o pior desde 2003

Medidas de estímulo começam a surtir efeito, mas setor reivindica ações para aumentar competitividade

PEDRO SOARES
DO RIO
MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO

Apesar de ensaiar uma recuperação em novembro e em dezembro, a indústria fechou 2011 com um fraco crescimento, após se manter estagnada durante todo o ano passado.

A produção industrial avançou apenas 0,3% em 2011, segundo o IBGE. Resultado da concorrência com os importados e também da dificuldade em exportar em um momento de crise no exterior.

À exceção de 2009, quando a produção fabril recuou 7,4% devido à crise global, o resultado de 2011 é o pior desde 2003. Naquele ano, o país sofria os efeitos da disparada do dólar e da inflação.

Diante da recuperação em novembro (0,2%) e em dezembro (0,9%), analistas esperam um 2012 um pouco melhor, mas ainda devagar.

Preveem um crescimento do setor entre 1% e 2%, inferior à expansão prevista para a economia, cerca de 3%.

"Há uma situação melhor do que até outubro, mas a indústria, olhando um período mais longo, ainda está em terreno negativo", disse o gerente da pesquisa de Indústria do IBGE, André Macedo. Segundo o IBGE, a produção nas fábricas é hoje inferior à de um ano atrás.

Para o economista Rafael Baccioti, da Tendências, as medidas de estímulo adotadas pelo governo começam a surtir efeito sobre a expectativa de empresários, mais otimistas neste começo de ano.

O Banco Central começou a cortar a taxa de juros em agosto e avisou que deverá chegar à casa dos 9% nos próximos meses. Além disso, produtos como fogões e máquinas de lavar estão com IPI reduzido até março.

Segundo economistas, esse benefício provocou um salto de 7% na produção de bens duráveis em dezembro. No ano, o segmento teve queda de produção de 2%.

O governo também fez desonerações de impostos que incidem sobre a folha de pagamentos de setores mais afetados pela concorrência de importados, como o têxtil.

Ainda assim, segundo o gerente de Política Econômica da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Flávio Castello Branco, é pouco para aumentar a competitividade da indústria, prejudicada por uma infraestrutura precária e elevada carga tributária.

"Desonerações tópicas não favorecem o setor como um todo", afirmou ele, que prevê alguma melhora para a indústria em 2012.

Nesse conjunto de más notícias, a exceção foi o segmento de bens de capital, que registrou aumento de 3,3% da produção no ano. Foi puxado pelas vendas ao setor de construção e de transporte.

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