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PTB tenta abafar crise após demissão na Casa da Moeda

ANDREZA MATAIS
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE BRASÍLIA

O PTB age para evitar que a demissão de Luiz Felipe Denucci da presidência da Casa da Moeda por suspeita de corrupção envolva a sigla em uma crise política.

Denucci foi demitido no sábado por suspeita de receber propina de fornecedores da Casa da Moeda via duas empresas no exterior em nome dele e da filha.

Temeroso de que Denucci envolva o partido em mais denúncias, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, proibiu a bancada na Câmara de indicar um substituto, mas esta promete ignorar a ordem. "Vou desmanchar isso. Vou ligar para o palácio [do Planalto] para dizer que não há interesse", disse Jefferson à Folha.

Foi o líder da bancada, Jovair Arantes (GO), quem apadrinhou Denucci no cargo em 2008, mas desde o ano seguinte trabalhava pela substituição. Segundo Jovair, o ex-presidente "tratou o partido como se não tivesse obrigações com ele".

O governo, até sábado, elogiava a atuação de Denucci. A situação mudou depois de o ministério ter sido informado pelo próprio Denucci que a Folha preparava reportagem sobre o caso.

Reportagem publicada ontem mostrou que Denucci e a filha dele, Ana Gabriela, montaram duas offshores no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas.

Um relatório da empresa londrina WIT, que faz transferência de dinheiro para o exterior, apontou que, por meio de transações complexas, os Denucci receberam U$ 25 milhões de comissão de empresas contratadas da Casa da Moeda. Ele confirma ter as offshores, mas diz que o documento é falso.

Segundo a WIT, o relatório foi feito a pedido de Jorge Gavíria, procurador de Denucci em Miami, em resposta a pedido sobre um balanço das contas da família administradas pela WIT.

Denucci e Gavíria negam que tenham feito o pedido, mas a WIT argumenta que as movimentações financeiras estão registradas em sua contabilidade.

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