Novo ministro da Saúde defende CPMF definitiva
Marcelo Castro, do PMDB, disse ainda querer dupla tributação do imposto
Vindo da Câmara, titular da pasta diz que Eduardo Cunha ajudará na aprovação 'porque é um patriota'
O novo ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB), defendeu nesta sexta (2) que a cobrança da CPMF seja permanente, e não pelo período de quatro anos como propôs o governo federal em pacote fiscal enviado ao Congresso.
Em cerimônia na qual foi anunciado como titular da pasta, o deputado disse ainda que propôs ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que o chamado "imposto do cheque" seja cobrado nas duas pontas de uma movimentação financeira: tanto de quem efetua como de quem recebe um depósito financeiro.
O ministro disse que pretende enviar ao Congresso projeto de lei sobre a chamada "dupla tributação" e explicou que ela seria cobrada "no crédito e no débito".
"Por exemplo, João dá um cheque de R$ 1.000 para Pedro. No débito de João, entram R$ 1.002: R$ 1.000 para a conta de Pedro e R$ 2 para a CPMF", disse. "Quando esses R$ 1.000 vão para a conta de Pedro, não entram R$ 1.000, mas R$ 998, porque R$ 2 vão para a CPMF. Assim, o governo federal acaba recebendo o dobro de dinheiro."
"Todos [do governo] gostaram da proposta, porque nós não vamos aumentar a alíquota, não vamos onerar ninguém individualmente, vamos arrecadar dobrado e vamos levar esses recursos para Estados e municípios que estão vivendo hoje em grande dificuldade", disse.
Em oposição ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) –que já declarou repetidamente ser contra a volta do tributo–, o ministro defendeu a CPMF e disse que é necessário que tenha uma mobilização para "salvar a saúde do país".
Para ele, o correligionário será convencido a "ajudar" a aprovar a recriação do imposto já que, segundo o novo ministro, ele é um "patriota".
"Ele com certeza vai ajudar, porque ele é um patriota e vai sabe que um dos problemas mais graves do país é a saúde", afirmou Castro.
No mês passado, em uma das ocasiões em que disse ser contra a CPMF, Cunha avaliou que ela não será aprovada na Câmara dos Deputados.
Pela proposta do governo federal, o imposto terá alíquota de 0,2%, será destinado ao custeio da Previdência e tem expectativa de arrecadar R$ 32 bilhões por ano.