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Tucano incita militância a 'ir pro pau' por Alckmin em SP

Dirigente do PSDB chama 'tropa de choque' a defender governador de protestos

Presidente da sigla em SP condena mensagem e afirma que a direção não quer conflito e defende a democracia

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

Um integrante da executiva do PSDB paulistano, que se intitula parte da "tropa de choque" da sigla, enviou ontem um e-mail para 850 militantes convocando-os a ir para o "pau" com manifestantes que realizem protestos contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

No texto, Edson Marques, assessor da liderança do PSDB na Assembleia Legislativa, trata os organizadores de protestos contra a ação do Estado no Pinheirinho, na cracolândia e na USP como uma ameaça à integridade do governador e chama os tucanos a reagirem. "Vamos todos pra lá, tucanada. Bateu, levou e não tem conversa", escreveu.

Segundo Marques, militantes do PSDB foram avisados que integrantes de partidos de oposição ao governo organizaram um protesto contra Alckmin em um evento hoje, na Zona Leste.

"Eles podem fazer manifestação, mas não vão encostar um dedo no Alckmin. Se encostarem, terão resposta à altura", disse à reportagem.

No e-mail, Marques compara Alckmin ao ex-governador Mario Covas. "Assim que acabamos com a patifaria contra o Covas. Mobilizamos a velha e aguerrida tropa de choque e partimos pro pau."

"Colocou a mão [no governador] a cobra vai piar e a peia vai descer", finaliza.

Desde o início dos protestos, Alckmin tem evitado agendas públicas na capital. Como a Folha mostrou na última terça-feira, ele deixou de ir a dois eventos pois sua assessoria identificou antecipadamente as manifestações.

Houve, no entanto, uma determinação do núcleo político do governo de coordenar uma demonstração de apoio ao governador.

A operação começou anteontem, quando Alckmin foi a duas grandes agendas públicas, ambas fora da capital.

Presidente do PSDB-SP, Julio Semeghini condenou o e-mail. "É uma manifestação pessoal. Não representa a direção tucana. Defendemos a democracia e não queremos nenhum conflito", disse.

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