Outro Lado

Deputado nega que trabalhos apresentados sejam idênticos

O deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP) afirma que a dissertação de mestrado em direito não é idêntica à que apresentou três anos antes em ciências sociais, ambas na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica).

Segundo resposta enviada por sua assessoria, Chalita defendeu mestrado em sociologia e obteve créditos para fazer dois doutorados, um em direito e outro em semiótica.

Mas, pelas regras da PUC, o doutorado em direito só poderia ser obtido se o candidato fosse mestre em direito.

Assim, o orientador de Chalita, o hoje desembargador Luiz Antonio Rizzatto Nunes, teria recomendado reapresentar a primeira dissertação, "fazendo algumas alterações e incluindo elementos da ciência do direito".

Além disso, a assessoria de Chalita lembra que as defesas das teses foram feitas diante de bancas diferentes, com enfoques distintos.

Rizzatto Nunes diz não se lembrar muito bem da orientação a Chalita, mas afirma achar que a banca "até sabia" que havia um aproveitamento de mestrado anterior.

Segundo Nunes, Chalita teria dado novo enfoque à tese defendida nas ciências sociais. Ele afirma ainda que as exigências no mestrado são menores que no doutorado.

Os outros dois membros da banca que aprovou Chalita no mestrado em direito, Nelson Nery Junior e Celso Fiorillo, foram procurados, mas não responderam aos recados.

O pró-reitor de pós-graduação da PUC-SP, André Ramos Tavares, disse que a universidade não considera ter havido irregularidade.

De acordo com ele, o processo de Chalita foi transparente, e a segunda banca examinadora, que foi diferente da primeira e em área distinta, "considerou que o aluno tinha condições de merecer o título de mestre pela PUC".

Além disso, segundo Tavares, Chalita cursou as disciplinas e seu orientador, que tem autonomia, reconheceu os méritos do candidato. "Não tenho motivo para pensar que houve conluio."