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Kassab minimiza vaia e diz que aproximação com o PT é 'sincera'

Prefeito de SP, que negocia aliança para apoiar Fernando Haddad (PT) à sua sucessão, afirma ter acertado ao ir à festa

Segundo ele, acordo só não ocorrerá caso José Serra entre na disputa: 'o PT não ia querer um Judas no palanque'

CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA

Recebido sob vaias na comemoração do 32º aniversário do PT, na sexta, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), afirmou ontem que sua presença foi uma demonstração de que a tentativa de aliança com o partido é "sincera".

"Foi um gesto consistente para que saibam da sinceridade da nossa disposição de aproximação com o PT. A discussão de uma eventual aliança é levada com seriedade dentro do PSD, sem fisiologismo", disse o prefeito.

Com o aval do ex-presidente Lula, Kassab negocia com o PT indicar o vice para a chapa de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo.

Eleito em 2004 como vice do PSDB, Kassab lembra que já avisou ao PT que só existe uma hipótese para o fracasso das negociações: o lançamento da candidatura de José Serra à prefeitura.

"Os próprios petistas não iam querer um Judas no palanque. Fui eu mesmo que chamei o governo de Serra/Kassab", afirmou Kassab.

No PSDB, aliados de Serra insistem para que ele dispute a prefeitura.

Antes avesso à conversa, o tucano passou a consultar amigos, especialmente depois que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso classificou de óbvia a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência, em 2014.

Até a semana passada, no entanto, Serra repetia que, a exemplo do ocorrido com a Prefeitura de São Paulo, para a qual se elegeu na terceira tentativa, chegará ao Palácio do Planalto em 2014.

Aliados de Serra não descartam a possibilidade de ele se filiar ao PPS, caso não se viabilize a sua candidatura à Presidência no PSDB.

ERRO

Em conversas com petistas, Kassab aponta como remotas as chances de Serra concorrer à prefeitura.

O prefeito diz que não ignorava o risco de vaias, mas seria "um grande erro" não participar do evento de comemoração do aniversário do PT na sexta-feira em Brasília.

O prefeito disse que "respeita" manifestações contrárias à sua presença.

"Existem dificuldades no PT e no PSD. Vejo com naturalidade e respeito as manifestações, mesmo as da Marta Suplicy", disse ele, numa alusão às declarações da senadora contra a aliança.

Contrariada com o convite feito a Kassab, a senadora faltou ao aniversário, como antecipou ontem a Folha.com.

Lembrando que o presidente do PT, Rui Falcão, compareceu à convenção do PSD, Kassab disse que sua presença ontem foi uma retribuição.

"Seria um grande erro não ir porque ele [Rui Falcão] foi à nossa convenção."

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