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Comissão de Ética decide investigar Pimentel

Órgão da Presidência vai apurar consultorias dadas em 2009 e 2010

Atividade privada de ministro levantou suspeita de tráfico de influência; Pimentel nega irregularidade

FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

Em sua primeira reunião do ano, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu investigação sobre consultorias realizadas pelo ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) entre os anos de 2009 e 2010.

A atividade levantou suspeitas de tráfico de influência, o que o ministro, amigo de longa data da presidente Dilma Rousseff, nega.

A Folha não conseguiu contato com a assessoria de imprensa do ministro na noite de ontem.

Após participar da posse da nova presidente da Petrobras, Graça Foster, Pimentel viajou aos Emirados Árabes em agenda de trabalho.

O caso será relatado na comissão pelo conselheiro Fábio Coutinho. Com base em relatório elaborado por ele, a comissão deverá decidir em sua próxima reunião, em março, se dá continuidade ao processo ou se o arquiva.

A investigação foi motivada por pedido do PSDB.

Em entrevista à Folha em dezembro, Pimentel disse que informou a comissão sobre seus negócios antes de assumir o cargo no governo.

Ele teria se afastado da empresa em 10 de dezembro de 2010, mas disse que não tinha falado sobre seus clientes, contratos e valores recebidos à presidente Dilma antes de tomar posse.

Pelos serviços a empresas privadas, ele afirma ter recebido cerca de R$ 2 milhões.

CARLOS LUPI

Em novembro do ano passado, a Comissão de Ética Pública recomendou, por unanimidade, a exoneração de Carlos Lupi do cargo de ministro do Trabalho.

Lupi respondia a suspeitas de irregularidades em convênios de sua pasta com entidades ligadas ao seu partido, o PDT.

A decisão foi tomada na última reunião de 2011 da comissão. Dias depois, o ministro entregou seu cargo.

Em nota, ele apontou a "condenação sumária" da Comissão de Ética da Presidência da República e "perseguição política e pessoal" da mídia.

Desde o início da gestão da presidente Dilma, sete ministros deixaram o governo por denúncias de irregularidades. O primeiro a sair foi o então ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.

O petista pediu demissão após a Folha revelar que ele multiplicou o patrimônio e faturou em 2010 R$ 20 milhões com uma empresa de consultoria.

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