Índice geral Poder
Poder
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Haddad vai sofrer com 'kit gay', diz bispo

Dirigente do PRB e da Igreja Universal, Marcos Pereira afirma que material do MEC afastará evangélicos de petista

Pré-candidato procura igrejas para se explicar; dirigente do PT diz que ele é atacado por ideias que nunca defendeu

Ailton de Freitas - 29.ago.11/Agência O Globo
Marcos Pereira, bispo da Universal e presidente do PRB
Marcos Pereira, bispo da Universal e presidente do PRB

BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

A polêmica sobre o chamado kit anti-homofobia, encomendado pelo Ministério da Educação durante a gestão de Fernando Haddad, fará o petista "sofrer" na eleição municipal de São Paulo.

A previsão é de Marcos Pereira, bispo da Igreja Universal e presidente nacional do PRB, partido aliado ao PT no governo Dilma Rousseff.

O dirigente afirma que o material, conhecido entre os evangélicos como "kit gay", será usado contra Haddad na campanha e vai fazê-lo perder votos neste segmento, estimado em cerca de 20% do eleitorado paulistano.

"Vai ser difícil tirar essa mancha do Haddad. Ele vai sofrer muito com isso", diz.

O petista tem procurado líderes de igrejas para tratar do assunto. Ele sustenta que o material vazou antes de ser distribuído e que o MEC vetaria seu uso em salas de aula.

Pereira afirma que a explicação não o convenceu.

"Se o kit chegasse às escolas, seria o pior dos mundos. Mas se o Haddad pagou por algo que seria vetado, mostrou ser um mau administrador. De um jeito ou de outro, ele vai apanhar", diz o bispo, que apoia o pré-candidato Celso Russomanno (PRB).

Em 2011, a TV Record, controlada pela Universal, levou ao ar reportagens de mais de dez minutos sobre o kit, em tom crítico contra Haddad.

Os petistas temem uma reprise da cruzada contra Dilma Rousseff na eleição presidencial de 2010, quando ela foi acusada de defender o aborto e ser contra a família.

Na semana passada, o pastor Silas Malafaia e o senador Magno Malta (PR-ES) usaram o kit para atacar Haddad.

O pré-candidato Gabriel Chalita (PMDB), católico, disse que o próximo prefeito precisará de "valores cristãos" para administrar a cidade.

O presidente estadual do PT, Edinho Silva, defende o ex-ministro. "Estão atribuindo ao Haddad posições que ele nunca assumiu. É uma imensa injustiça", diz.

Ele afirma, no entanto, que o PT "não pode recuar a ponto de não reconhecer a necessidade de orientação contra a homofobia". "O menino que se sente confuso não pode ser posto para fora da escola."

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.