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Ecad deve R$ 3,5 mi em direitos autorais a músico, diz perito

Um perito designado pela Justiça do Rio avaliou que o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) deve R$ 3,5 milhões em direitos autorais ao compositor Remo Usai. O músico compôs as trilhas sonoras de cerca de 120 filmes, como "Assalto ao Trem Pagador" (1962).

O laudo foi enviado anteontem aos advogados das partes envolvidas em uma disputa judicial que começou em 1983. O Ecad disse que irá contestar a avaliação.

No final de janeiro, o músico de 83 anos sofreu um acidente em casa (quebrou a bacia e as pernas ao cair) e precisou ser internado em um hospital público do Rio.

Segundo a família, ele não tem condições financeiras de pagar um plano de saúde.

"Essa disputa nos deixou em situação financeira dificílima. Até o piano dele precisou ser vendido há alguns anos para pagar dívidas", disse à Folha a mulher do músico, Antonia Colacicco Usai.

Movida pelo compositor em 1983, a ação cobra uma parte dos valores pagos por canais abertos e fechados e cinemas à entidade pela exibição das obras.

Entre os trabalhos de Usai, estão trilhas para obras do cinema novo, filmes dos Trapalhões e chanchadas. No ano passado, ele recebeu um prêmio especial pela obra durante o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.

O laudo agora servirá de base para uma sentença judicial. O valor determinado na perícia é superior à estimativa citada pelo advogado de Usai, Daniel Campello, à Justiça (cerca de R$ 2 milhões).

Segundo o documento, o Ecad também deve pagar R$ 529 mil a título de honorários advocatícios.

Em nota, o Ecad informou que, com base nas regras de distribuição vigentes e aprovadas pelas associações de músicos que compõem a entidade, "não há hoje valores a serem distribuídos a Remo Usai".

Ainda segundo a entidade, entre 2001 e 2011, o Ecad distribuiu para Remo Usai R$ 315 mil, valor correspondente às distribuições de TV aberta, TV por assinatura e cinemas.