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Planalto quer controle maior de Mantega no BB

Com crise, governo pode nomear pessoas ligadas ao ministro ao fim do mandato de dirigentes

SHEILA D’AMORIM
LORENNA RODRIGUES
DE BRASÍLIA

A crise no Banco do Brasil levou o governo a concluir que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, precisa ter mais controle sobre a direção do banco e da Previ, fundo de pensão da instituição.

A avaliação feita nos últimos dias é que os presidente do BB, Aldemir Bendine, e da Previ, Ricardo Flores, se acharam "maiores do que os cargos", a ponto de acreditarem que um poderia derrubar o outro e reinar sozinho no controle do maior banco do país e do maior fundo de pensão da América Latina.

Na Previ, o fim dos mandatos de três membros do Conselho Deliberativo, órgão máximo da entidade, e de três diretores poderá abrir caminho para colocar pessoas identificadas como de confiança do ministro.

Prevista para o final de maio, a troca está sendo cuidadosamente analisada pela área econômica.

O presidente do conselho, o vice de Gestão de Pessoas do BB, Robson Rocha, é um dos que estão com mandato acabando. Filiado ao PT, é considerado "independente" por colegas, já que faz parte da equipe de Bendine, mas ficou insatisfeito com a demissão de pessoas da sua área no mês passado.

Rocha, porém, pode ser um importante intermediário no trato profissional com Flores, uma vez que Bendine e pelo menos três vice-presidentes atuais se recusam a falar com o presidente da Previ.

No BB, acredita-se que um "cala-boca" geral, repassado direto a Bendine num encontro com Mantega no início da semana, já foi o suficiente.

Ontem, Mantega negou que a presidente Dilma Rousseff tenha pedido demissões por conta das disputas, mas admitiu que o governo quer que a crise acabe logo. "Essa crise é uma crise de fofocas, porque de fato as duas instituições estão funcionando muito bem. Isso é o que é importante para o governo."

Mantega orientou a equipe a rebater tentativas de atribuir ao BB a culpa pelo suposto vazamento de dados bancários do ex-vice-presidente do banco Allan Toledo.

Nesta semana, a Folha revelou que ele recebeu quase R$ 1 milhão em sua conta, em movimentações atípicas. O ex-executivo afirma que o dinheiro se refere à venda da casa de uma amiga de sua família, de quem é procurador.

Em nota, o BB afirmou que "até o momento, não foi identificado qualquer fato que evidencie acesso indevido a informações ou quebra de sigilo bancário".

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