Foco

Dilma chora e pede desculpas para ex-ministro da Pesca por demissão

A presidente Dilma Rousseff chorou ontem e pediu desculpas ao ex-ministro Luiz Sérgio pela sua demissão do Ministério da Pesca.

Ao empossar Marcelo Crivella (PRB) no cargo para acomodar o partido aliado no primeiro escalão, Dilma disse que um governo de coalizão "impõe" medidas "em nome dos interesses do país" -como demitir um aliado.

"Obrigada, Luiz Sérgio. Você foi e é um amigo e um parceiro que compreende a natureza de um governo de coalizão, assim como a dedicação que a política, muitas vezes, acaba por nos impor em nome dos interesses do país", disse, com a voz embargada.

Em pouco mais de um ano de governo, Dilma chorou publicamente seis vezes.

Em um afago aos aliados num momento em que partidos da base aliadas ameaçam se rebelar, ela defendeu a participação de outras legendas no Executivo como forma de assegurar a governabilidade.

"Um presidente tem obrigação para o conjunto da nação e, ao mesmo tempo, se apoia numa coalizão de partidos, e isso não é contraditório. Só é contraditório para aqueles que não percebem que é possível e é necessário."

Esta foi a segunda vez que a presidente substituiu Luiz Sérgio por aliados em menos de um ano. Deputado federal pelo Rio, o petista ocupava a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência no início de seu governo, mas cedeu o lugar a Ideli Salvatti (PT), que havia perdido a eleição para o governo de Santa Catarina em 2010.

No Ministério da Pesca, teve pouco espaço na agenda da presidente -com quem mantém uma relação formal.

O novo ministro prometeu "aprender rápido" sobre o setor pesqueiro do país ao reiterar que não sabe "colocar uma minhoca no anzol".

Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Crivella citou Edir Macedo, seu tio e fundador da Igreja Universal, ao afirmar que "quem pensa nos outros pensa como Deus".