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Após final de ano ruim, economia tem desempenho fraco

Expectativa é que crescimento do PIB, que será divulgado amanhã, tenha ficado próximo de zero no final de 2011

Ritmo lento também no começo de 2012 fortalece percepção de que o BC pode promover mais cortes nos juros

MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO

Após um final de ano ruim, os primeiros sinais são de que a economia brasileira começou 2012 ainda fraca.

Amanhã, será divulgado o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) de 2011 e o número não deve encher os olhos do governo. A expectativa é que, após a estagnação registrada no terceiro trimestre, o crescimento tenha ficado próximo de zero nos últimos meses do ano.

A falta de ritmo se mantém no início de 2012 e fortaleceu a percepção de que o BC (Banco Central) pode promover cortes mais intensos na taxa de juros do que se esperava até uma semana atrás.

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC tem reunião nesta semana para decidir sobre os juros.

Segundo levantamento da Folha com economistas de dez instituições, a expansão do PIB no quarto trimestre ante os três meses anteriores ficou entre zero e 0,4%.

Com isso, o país acumula crescimento de no máximo 2,9% em 2011, bem abaixo das previsões do governo no início do ano, de 5%.

INDÚSTRIA FRACA

A retração da indústria teve grande impacto. Os dados do setor indicam que ele encolheu pelo segundo trimestre seguido. O quadro segue o mesmo em janeiro, quando a produção industrial recuou entre 0,5% e 1%, segundo projeção de economistas.

Para além do problema do real valorizado, que barateia importações e encarece exportações, analistas apontam outros entraves importantes para a expansão industrial: baixa produtividade, aumento dos custos com mão de obra e carga tributária alta.

"A falta de competitividade persiste e não é fácil de ser contornada. Com a demanda externa fraca e o câmbio valorizado, a indústria permanece frágil", afirma Júlio Gomes de Almeida, do IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).

Entre os números que indicam uma retomada tímida da economia neste ano, estão também a queda do crédito em janeiro e as vendas fracas de automóveis em fevereiro.

Por outro lado, economistas projetam um desempenho positivo para o varejo, puxado principalmente pela venda de alimentos e bebidas, que ganham impulso com o forte aumento do salário mínimo, de 14%.

O economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, diz que a atividade começou o ano mais fraca do que o esperado, mas vê sinais de recuperação mais consistentes nos próximos meses.

Segundo ele, dados mais recentes mostram retomada da confiança empresarial e do consumidor, redução de estoques industriais e recuperação da geração de vagas.

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