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Planalto estuda mais medidas para elevar crescimento do PIB

Governo já avalia que apenas redução da taxa de juros não será suficiente para estimular atividade econômica

Resultado oficial de 2011, divulgado hoje, deve ficar abaixo de 3%; meta da presidente para 2012 é de ao menos 4%

NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff tem se mostrado preocupada com o desempenho da economia brasileira neste ano e determinou ao Ministério da Fazenda que encontre uma solução para dinamizar o crescimento.

A pasta discute um conjunto de medidas para tentar impulsionar o PIB (Produto Interno Bruto) em 2012.

Hoje, o IBGE divulga o resultado do ano passado. O órgão deve confirmar expansão próxima a 2,8% em 2011 e em nível perto de zero no trimestre que fechou em dezembro.

Os números, apesar de já conhecidos internamente, devem alimentar uma avaliação pessimista que já começa a rondar os gabinetes do Palácio do Planalto: a redução dos juros pelo Banco Central pode não dar conta, sozinha, de levar o Brasil a um crescimento superior a 4%, como deseja a presidente.

Por isso ganhou força nas últimas semanas a adoção de um conjunto de medidas para estimular a economia.

DESONERAÇÕES

Nos bastidores, fala-se em reduzir impostos do investimento e em desonerar a folha de pagamento de outros setores, a exemplo do que ocorreu com calçados e software.

Na área de crédito, o Executivo pretende criar novas linhas de financiamento via BNDES para ajudar nichos que vêm perdendo competitividade por conta da crise externa e do avanço da China.

Dilma determinou à equipe econômica que cumpra a ordem de acelerar o investimento público no primeiro semestre, ao contrário do que historicamente é feito.

Ocorre que, ao menos em janeiro, o governo acabou economizando mais que devia, aos olhos da presidente.

Em número recorde para janeiro, o Tesouro Nacional registrou superavit primário de R$ 26 bilhões. No Planalto, viu-se um sinal de que a economia brasileira abriu o ano segurando os gastos com investimento público.

Em fevereiro, o Ministério da Fazenda anunciou um bloqueio nas contas de R$ 55 bilhões, mas prometeu preservar os investimentos.

Apesar do estado de alerta do Planalto, interlocutores dizem que a presidente vê chances de atingir os 4%. Mesmo assim, tem feito constantes cobranças para aumentar os gastos em infraestrutura.

A presidente acredita que a economia é seu lastro não só para manter em alta sua popularidade, mas também para controlar uma base política cada vez mais insatisfeita no Congresso.

Interlocutores têm dito que Dilma não gosta de ver rankings mostrando o Brasil entre as economias que mais desaceleraram em 2011, tal como um relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgado em janeiro.

O documento estimou que o Brasil deverá crescer neste ano na casa dos 3%, número considerado inadmissível no Planalto e na Fazenda.

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