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Amorim rebate militares e cobra 'respeito'

Ministro diz que signatários de manifesto contra Dilma e Comissão da Verdade precisam obedecer à 'autoridade civil'

Titular da Defesa evita falar sobre ordem da presidente de punir oficiais e afirma que o tema está com as Forças

Dorivan Marinho
O ministro da Defesa, Celso Amorim, fala em comissão da Câmara; ele cobrou de militares 'respeito à autoridade civil
O ministro da Defesa, Celso Amorim, fala em comissão da Câmara; ele cobrou de militares 'respeito à autoridade civil'

GABRIELA GUERREIRO
LUCAS FERRAZ
DE BRASÍLIA

Em resposta ao manifesto de militares da reserva que questionou sua autoridade e a da presidente Dilma Rousseff, o ministro Celso Amorim (Defesa) afirmou ontem que os signatários do texto devem respeito à "autoridade civil".

"A questão importante é o respeito da autoridade civil, isso é parte da democracia. Da mesma maneira que nós respeitamos muito o profissionalismo dos militares", disse, na primeira manifestação pública sobre o assunto.

"O governo valoriza essa presença [dos militares], agora também é necessário que haja o respeito à lei."

Amorim disse que a Comissão da Verdade, outro alvo dos militares, foi criada por lei aprovada no Congresso e deve ser cumprida por todos.

"Todos nós, militares e civis, temos que respeitar a lei passada quase pela virtual unanimidade do Congresso e, ao mesmo tempo, é preciso ter clareza que essa lei vai ser aplicada na sua integralidade, inclusive no que diz respeito à observância da Lei da Anistia", declarou.

A comissão, que aguarda a indicação de Dilma de seus sete integrantes para sair do papel, investigará violações aos direitos humanos durante a ditadura (1964-85) e deve apontar os responsáveis por mortes, torturas e desaparecimentos, sem o poder de puni-los judicialmente.

No final do mês passado, um manifesto divulgado na internet retomou ataques direcionados a Dilma, Amorim e à comissão, sob o argumento de que o governo está agindo por revanchismo.

Intitulado "Eles que venham. Por aqui não passarão", o texto corroborava críticas divulgadas anteriormente pelos clubes Militar, Naval e de Aeronáutica retiradas da internet por pressão do Palácio do Planalto.

O governo considerou o manifesto um ato de insubordinação. Isso porque, mesmo fora da ativa, os militares da reserva estão sujeitos à hierarquia das Forças Armadas, das quais Dilma e Amorim são os chefes máximos.

Sob ordem de Dilma, o ministro ordenou então que os 98 militares da reserva que assinaram a primeira versão do texto fossem punidos com uma advertência.

Mas essa decisão fez aumentar o número de signatários, que já chega a mais de mil. Amorim não comentou as punições, segundo ele "objeto de orientação" que, agora, está na alçada das Forças.

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