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Inflação sobe menos com crise global e fica perto da meta

Especialistas alertam, no entanto, para o aquecimento excessivo da economia

PEDRO SOARES
DO RIO

No embalo da crise global, a inflação no Brasil perde fôlego e já dá sinais que tende a fechar o ano dentro da meta do governo (de 5,5%).

Mas isso se a política de redução mais intensa dos juros não aquecer a economia doméstica em demasia, dizem os especialistas.

Em fevereiro o IPCA, índice oficial do país, ficou em 0,45%, abaixo do 0,56% de janeiro. Pressionados por alimentos, os índices dos três primeiros meses de 2011 situaram-se na faixa de 0,80%.

A moderação dos aumentos de preços internacionais de matérias-primas como soja, milho, trigo e outros ajudam a conter os reajustes do grupo alimentação neste ano (subiu 0,19% em fevereiro).

Um exemplo são as carnes, cujos preços caíram 1,99% graças ao menor custo das rações e à dificuldade de produtores em exportar com o mercado mais restrito e competitivo diante da crise.

Para Eulina Nunes dos Santos, coordenadora do IBGE, é cedo para falar em deflação de alimentos com cotações internacionais, mas esses itens já sobem menos.

Há ainda, diz ela, maior oferta de alguns produtos no mercado interno por conta da redução das exportações.

Não foram, porém, só os alimentos que seguraram a inflação. Com mudanças metodológicas introduzidas em janeiro, o grupo educação, que subiu 5,62% em fevereiro, perdeu peso e o reajuste das mensalidades típico do mês teve impacto menor.

Também contribuíram para a alta mais branda a queda dos preços de passagens aéreas (-8,84%), álcool (-2,87%) e gasolina (-0,40%).

Sérgio Vale, da MB Associados, diz que há o risco de a queda mais intensa dos juros (definida pelo Banco Central nesta semana) estimular o consumo e gerar mais inflação. Mas tal cenário é mais provável para 2013, diz ele.

Como forma de impedir um aquecimento desnecessário da economia, o professor FGV-SP, Emerson Marçal, sugere ao governo "segurar os gastos públicos e fazer cortes no Orçamento".

Para este ano, o Itaú projeta o IPCA em 5,2%, sem reajuste de combustíveis. Em 12 meses até fevereiro, o índice acumula alta de 5,85%.

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