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CUT e Força apoiam Brizola Neto no Trabalho

Mas vazamento de provável nomeação do pedetista suspende negociações e pode levar a adiamento da definição

A presidente pediu ao congressista que amplie o apoio da bancada na Câmara, hoje uma das mais infiéis ao governo

CATIA SEABRA
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

Preferido do governo para o Ministério do Trabalho, o deputado Brizola Neto (PDT-RJ) já ganhou aval das principais centrais sindicais do país para assumir o cargo.

Sua nomeação só dependia do crivo do presidente do PDT, Carlos Lupi, com quem conversará hoje, mas o vazamento da informação interrompeu as negociações.

Lupi ficou irritado com o vazamento e reclamou das especulações. Com isso, a presidente Dilma Rousseff pode postergar sua decisão.

Brizola Neto fechou acordo com a CUT (Central Única dos Trabalhadores), ligada ao PT, e a Força Sindical, reduto pedetista. Pelo acerto preliminar, José Lopes Feijóo, dirigente da CUT em São Paulo, poderia ocupar a secretaria-executiva da pasta, em uma saída para pacificar as duas entidades rivais.

INFIDELIDADE

Apesar da preferência, Brizola Neto foi orientado pelo Planalto a atrair as correntes do PDT para se viabilizar.

A ordem partiu da própria Dilma, para quem é fundamental escolher alguém chancelado por Lupi, de quem Neto é desafeto.

Dilma pediu, ainda, que ele ampliasse o apoio da bancada pedetista no Congresso. Do contrário, não poderia escolher um ministro que tem influência sobre só 8 de 26 deputados na Câmara.

O partido é um dos que não têm sido fiéis em votações de interesse do Executivo, devido justamente à divisão interna e a disputas sobre o controle do Trabalho, nas mãos do PDT desde a gestão Lula.

Ontem, os pedetistas entraram em campo para convencer um relutante Lupi de que ou a sigla aceita a oferta de Dilma ou corre o risco de perder a vaga na Esplanada.

Há alguns dias, o Planalto fez circular em Brasília a hipótese de dar o ministério a um bloco formado por PTB e PSC. Essa alternativa acabou apressando uma solução.

O encontro de Neto e Lupi está previsto para hoje. Os dois divergiram no ano passado, quando, ainda no Ministério do Trabalho, Lupi foi alvo de denúncias que levaram à sua exoneração. "Não tenho problemas com Brizola Neto. Ele é que tem comigo", afirmou Lupi à Folha.

Para minimizar a resistência a seu nome, Brizola Neto fez uma composição que assegurou ao colega de legenda a manutenção do controle do PDT no Estado do Rio.

O aceno atenuou o mal-estar. Mas o apoio efetivo do ex-ministro requer um acordo sobre o tratamento de Brizola Neto ao legado de Lupi.

Neto do governador Leonel Brizola (1922-2004), o deputado conhece Dilma desde a época em que ela era filiada ao PDT, do qual saiu para ingressar no PT.

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