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Comissão de Ética decide investigar ex-vice do BB

Movimentação de R$ 1 mi na conta de Allan Toledo gerou alerta do Coaf

Processo é aberto após reportagens da Folha; órgão aprova censura a ex-ministro Wagner Rossi por uso de jatinho

MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

A Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu ontem abrir procedimento preliminar para investigar o ex-vice-presidente do Banco do Brasil Allan Toledo.

A medida foi motivada por reportagens da Folha que mostraram que movimentações financeiras de Toledo chamaram a atenção do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

Segundo as reportagens, ele recebeu cinco depósitos no valor total de R$ 1 milhão entre janeiro a julho de 2011, quando ocupava uma vice-presidência do BB. Toledo sustenta que o dinheiro é da venda de um imóvel.

"Os elementos que temos são as reportagens. A partir delas, decidimos abrir [investigação] e pedir informações", disse o presidente da comissão, Sepúlveda Pertence.

A Folha mostrou que a escritura do imóvel que Toledo afirma ter vendido foi registrada dois dias após sua entrevista sobre o caso.

O imóvel foi vendido ao empresário Wanderley Mantovani, que tem relações societárias com o frigorífico Marfrig. O dinheiro para o imóvel saiu da empresa e passou pela conta de Mantovani até chegar a Toledo.

O pagamento a Mantovani, segundo o grupo, resulta de um negócio. O Marfrig nega ter havido uma triangulação proposital entre as partes. O advogado de Toledo, José Roberto Batochio, diz que a transferência do imóvel demorou porque havia problemas na escritura.

Em 2009 o frigorífico recebeu empréstimos de R$ 750 milhões do BB.

JATINHOS

A Comissão de Ética aprovou uma censura ética ao ex-ministro Wagner Rossi (Agricultura) pelo uso de jatinhos da Ourofino Agronegócios em viagens particulares.

O caso foi revelado pelo jornal "Correio Braziliense" e selou a queda do peemedebista, no ano passado. Na prática, a medida representa uma mancha no currículo, mas não impede que ele volte a exercer cargo público.

O órgão também analisou o caso do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento), investigado pelas atividades de sua empresa de consultoria entre 2009 e 2010.

O relator Fábio Coutinho defendeu o aprofundamento das investigações, mas o processo foi interrompido por pedido de vista do conselheiro Roberto Caldas. Os lucros de Pimentel levantaram suspeitas de tráfico de influência. o que ele nega.

Pertence reconheceu que a presidente Dilma Rousseff "reclamou" por ter sido surpreendida pela imprensa quando a comissão recomendou a demissão do ex-ministro Carlos Lupi (Trabalho). Segundoele, houve apenas um "acidente de burocracia".

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