Eleições 2012

Haddad promete extinguir taxa veicular

O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, prometeu ontem, se eleito, extinguir a taxa de inspeção veicular ambiental (R$ 44,36 este ano).

Num aceno à classe média, ele disse que a cobrança é "desnecessária" e pode ser substituída por recursos repassados ao município com a arrecadação do IPVA, "um dos mais caros do Brasil".

"Vamos acabar com essa taxa de inspeção veicular e recrudescer a fiscalização, sobretudo porque 27% da frota sequer passa pelo licenciamento", afirmou, em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Mais tarde, Haddad disse que pretende suspender os repasses a Controlar, responsável pelo serviço na gestão Gilberto Kassab (PSD).

"O contrato está sub judice porque o Ministério Público viu indícios de irregularidades. Se a Justiça autorizar, vamos refazer a licitação", afirmou o petista.

Em novembro passado, a Justiça chegou a bloquear os bens de Kassab e do secretário Eduardo Jorge (Meio Ambiente) para ressarcir um suposto prejuízo de R$ 1 bilhão aos cofres da prefeitura.

A decisão foi suspensa em janeiro pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), que manteve o contrato em vigor.

Cerca de 3,2 milhões de veículos emplacados em São Paulo passaram pela inspeção em 2011, quando a taxa era de R$ 61,98. A arrecadação bruta com o serviço ultrapassou os R$ 198 milhões.

A promessa de Haddad foi interpretada como uma "vacina" contra futuras críticas pela criação de taxas de lixo e iluminação na gestão da petista Marta Suplicy (2001-04).

Aliados do pré-candidato José Serra (PSDB) planejam vinculá-lo às medidas, que renderam à ex-prefeita o apelido de "Martaxa".

O líder do PSDB na Câmara Muncipal, Floriano Pesaro (PSDB), atacou a ideia do adversário. "A proposta atinge a população de baixa renda. Se a taxa acabar, quem não tem carro vai ter que pagar o serviço para quem tem."

A Controlar afirmou que a inspeção é "realizada dentro dos mais altos padrões técnicos" e que a tarifa "remunera os serviços efetivamente prestados". A prefeitura não se manifestou.

Sem referir-se ao petista, Serra defendeu a taxa. Disse que "dinheiro não cai do céu nem nasce em planta" e que "ou pagam todos ou os donos de automóveis".

Ontem, Haddad pediu calma aos colegas de partido na disputa pelos cargos de coordenação da pré-campanha. "Algumas pessoas estão muito ansiosas", comentou.