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Justiça proíbe executivos de petroleira de deixar o país

Após novo vazamento, presidente da Chevron terá de entregar passaporte

Companhia não se pronuncia; Transocean, dona de plataforma, não comenta; Marinha vê mancha de 1 km

DENISE LUNA
LUCAS VETTORAZZO
DO RIO

Dezessete executivos das empresas norte-americanas Chevron e da Transocean, envolvidas no vazamento de petróleo ocorrido em novembro na bacia de Campos, estão proibidos de deixar o país sem autorização judicial.

Entre eles está o presidente da Chevron no Brasil, George Raymond Buck, e o diretor-geral da Transocean, Guilherme Dantas Coelho. São 12 estrangeiros e 5 brasileiros, que terão de entregar os passaportes à Polícia Federal.

Até o fechamento desta edição, a Chevron não havia se pronunciado. A Transocean disse que não comentaria a decisão (da qual cabe recurso), tomada na sexta, às 22h14, pelo juiz Vlamir Costa Magalhães, da 4ª Vara Federal Criminal, que deferiu pedido de liminar do Ministério Público Federal.

O juiz disse em sua decisão que "mais uma vez há indícios veementes de vazamento" e que os 17 executivos têm "palpáveis motivos para querer deixar o país".

Isso, para o juiz, "geraria sério risco para a investigação dos fatos aludidos e eventual aplicação da lei penal".

Em novembro do ano passado, um acidente durante perfuração de poço da Chevron na bacia de Campos fez com que ao menos 2.400 litros de óleo vazassem para o mar. A plataforma que perfurava o poço é da Transocean.

Na quinta passada, a petroleira anunciou a descoberta de novo vazamento, a três quilômetros do primeiro, mas disse que não havia relação com o acidente de novembro. Para o Ibama, no entanto, há relação entre os vazamentos.

O óleo estaria saindo de fissura de 800 metros no fundo do oceano. Segundo a empresa, cinco litros da substância foram recolhidos no mar.

CULPA E NEGLIGÊNCIA

O procurador da República Eduardo Santos Oliveira, responsável pelo inquérito que investiga o vazamento de novembro e pelo pedido para que os executivos não possam deixar o país, diz que a intenção da Chevron de suspender sua produção é "confissão de culpa e de negligência".

Na quinta-feira, a Chevron havia pedido à ANP (Agência Nacional do Petróleo) a suspensão da produção no país.

O procurador disse ainda que o novo vazamento pode ser muito maior do que a empresa vem informando.

A Marinha identificou na tarde de sexta uma mancha de óleo de 1 km de extensão na região do novo vazamento, a 130 km da costa do Rio.

A Marinha considerou a mancha "tênue" em relação à formada no ano passado e que deixou um rastro de 163 km² de óleo no mar.

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