Índice geral Poder
Poder
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Troca de líderes agravou crise, diz petista

Para presidente da Câmara, decisão de Dilma de mudar interlocutores oficiais no Congresso foi uma das razões da rebelião

Maia afirma que mediar os conflitos não é a sua atribuição, mas que tem procurado melhorar o diálogo com o governo

MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA

Após a pior semana da crise no Congresso, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), admite que a troca de líderes feita pela presidente Dilma foi um dos fatores da "confusão" durante a discussão da Lei Geral da Copa (que ficou para depois da Páscoa).

Maia é ligado ao novo líder, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), mas diz que a "troca se deu no meio de discussões acaloradas, polêmicas". O petista irá ocupar a Presidência na semana que vem, quando a presidente e o vice, Michel Temer, estarão fora do país.

-

Folha - Episódios recentes mostraram que o governo tem problemas no Congresso. Há uma crise na base de apoio do Planalto?
Marco Maia - É muito difícil qualquer um que convive com o mundo da política dizer que não há um processo de tensionamento das relações existentes dentro da Câmara e da Câmara com o governo. Há de fato alguns pontos de ajustes, de equilíbrios que precisam ser trabalhados entre governo e Legislativo.

Quais são esses pontos?
Precisamos intensificar mais o diálogo, ter mais conversa de ida e de vinda entre o Executivo e o Legislativo.

Este é o pior momento da atual legislatura?
É um momento peculiar, de transição do primeiro para o segundo ano do governo de Dilma. É obvio que é necessários fazer correções, ajustes, no próprio relacionamento entre Executivo e Legislativo, mas não que seja pior ou melhor momento.

Isso tudo acontece por causa de insatisfações...
Tem, é verdadeiro, é real, não podemos desconsiderar isso, mas a Lei Geral da Copa não é uma questão de oposição e governo. É uma questão de país.

Houve falha no processo de discussão da Lei da Copa?
Houve uma grande confusão, talvez motivada pela troca de lideranças que aconteceu na semana passada, e a troca aconteceu também no meio do debate, no calor dessa discussão.

O timing da troca foi errado?
Não temos timing. O timing é o da presidente. Ela que tem prerrogativa de alterar seus líderes, seus ministros. O que eu quis dizer é que a troca se deu no meio de discussões acaloradas, polêmicas.

O sr. tem sido um mediador. Sente-se sobrecarregado?
Na verdade, esta não seria minha tarefa. Mas tenho procurado contribuir no sentido de buscar pontos de equilíbrio que permitam primeiro uma relação melhor do Executivo com o Legislativo e com a sua base aliada.

FOLHA.com
Veja a entrevista em
folha.com/no1066404

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.