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Eleições 2012

Serra vence prévia e disputará Prefeitura de SP pela 4ª vez

Com 52,1%, ex-governador prega unidade e defende 'uma só voz' no PSDB

Tucano só decidiu ser candidato no final de fevereiro e fez menos de um mês de campanha para a disputa interna

Eduardo Anizelli/Folhapress
José Serra comemora vitória na prévia
José Serra comemora vitória na prévia

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

Aos 70 anos, o ex-governador José Serra (PSDB) disputará pela quarta vez a Prefeitura de São Paulo. Com 52,1% dos votos (3.176), ele venceu ontem as prévias inéditas do PSDB na capital paulista.

No discurso da vitória, com os dois pré-candidatos derrotados a seu lado, pregou a unidade do partido como receita para enfrentar a eleição.

"A partir de hoje, uma só voz, um só trabalho e a vitória para o povo de São Paulo", disse Serra, na abertura de seu discurso. "Nós saímos dessa prévia unidos."

O ex-governador disputou a eleição interna contra o secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, e o deputado federal Ricardo Tripoli.

Ao todo, 6.229 filiados foram às urnas. Aníbal teve 31,2% (1.902) e Tripoli 16,7% (1.018) -133 filiados votaram em branco ou nulo.

O percentual de votação de Serra ficou abaixo da expectativa de aliados, que esperavam ao menos 60%.

Por conta dos números alcançados pelos outros dois pré-candidatos -somados chegam a quase 48% dos votos-, a pregação pela unidade foi transformada em mantra pela cúpula do PSDB, que quer afastar a ideia de que Serra teria rejeição dentro do próprio partido.

DISPUTA

Depois de se negar a disputar a prefeitura por meses, Serra assumiu a candidatura no fim de fevereiro, a uma semana da data inicialmente firmada para as prévias, 4 de março. A ameaça de aliança entre o prefeito Gilberto Kassab (PSD), afilhado político de Serra, e o PT na capital foi decisiva para a decisão.

Sua entrada no cenário, incentivada principalmente pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), fez com que o partido adiasse a eleição interna por três semanas.

O pouco tempo que Serra teve para fazer campanha com a militância foi um dos fatores levantados por seus aliados para justificar o índice de 52% dos votos, já que Tripoli e Aníbal iniciaram o trabalho no ano passado.

No discurso ontem, Serra agradeceu o "encorajamento permanente" de Alckmin.

O governador reafirmou a parceria -"será uma dobradinha", disse- e enalteceu a eleição de Serra, fazendo uma crítica ao PT. "O PSDB mostrou que não tem candidato de laboratório. Para nós, não há democracia só no nome", afirmou, numa referência ao candidato petista, Fernando Haddad.

Haddad foi escolhido pelo ex-presidente Lula para disputar a eleição em São Paulo. Para isso, o PT descartou outros pré-candidatos sem disputa interna, entre eles a senadora Marta Suplicy, mais bem colocada nas pesquisas.

A realização das prévias também foi destacada pelos pré-candidatos que perderam. "Prometi que apoiaria o escolhido. Promessa feita é promessa cumprida: Serra prefeito", disse Tripoli.

Aníbal dedicou o discurso à militância e disse que o partido sai "unido". Afirmou que, "após o merecido descanso" se dedicará à "nova fase", a campanha de Serra.

O ex-governador lidera as pesquisas de intenção de voto. No último Datafolha, alcançou 30% no cenário mais provável. Tem, no entanto, um dos maiores índices de rejeição, também de 30%.

Parte dessa rejeição é atribuída ao fato de Serra ter deixado a prefeitura em 2006 para concorrer ao governo.

Ontem, disse que, como governador, também trabalhou pela capital, investindo em escolas técnicas e hospitais, mostrando o discurso que usará contra essa crítica.

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