Índice geral Poder
Poder
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Governador diz que recebeu empresário a pedido de senador

Marconi Perillo, de Goiás, afirma que Demóstenes pediu audiência com Cachoeira no Palácio do governo

Segundo o tucano, relação com acusado de comandar máfia de jogos ilegais é 'quase mínima' e 'esporádica'

Alan Marques/Folhapress
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), durante evento em Brasília, em fevereiro
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), durante evento em Brasília, em fevereiro

LEANDRO COLON
DE BRASÍLIA

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), disse ontem à Folha que o senador Demóstenes Torres (GO) pediu para ele receber o empresário Carlinhos Cachoeira numa audiência no ano passado na sede do governo.

Perillo disse que então reuniu-se com Cachoeira, em 2011, para tratar de incentivos fiscais a indústrias do ramo farmacêutico, onde o empresário também atua.

Em gravações telefônicas, o empresário acusado de comandar uma máfia de jogos ilegais, preso pela Operação Monte Carlo, discute nomeações no governo de Perillo.

O governador nega que tenha relação pessoal com Cachoeira e que exista influência dele em seu governo.

-

Folha - Pessoas com cargos estratégicos no seu governo aparecem no inquérito. Não é difícil se dissociar disso?

Marconi Perillo - Não seria fácil se eu tivesse algum tipo de comprometimento. As pessoas que cometeram deslize ou tiveram alguma relação que respingue no governo vão sair por livre espontânea vontade ou por decreto meu.

Qual sua relação com Carlinhos Cachoeira?

Esporádica e quase mínima. Nós estivemos juntos em um aniversário e dois jantares aqui na cidade, onde ele compareceu.

E eu o recebi no Palácio uma vez, em meados do ano passado, para tratar de assuntos relativos a indústria de medicamentos. Ele pediu para falar comigo sobre incentivos fiscais.

Por que o senhor aceitou?

Eu recebi porque o senador Demóstenes e duas outras pessoas me fizeram o pedido. Eu o recebi como empresário.

As investigações mostram que Demóstenes já sabia das atividades ilegais do Cachoeira, inclusive na ocasião em que o senhor o recebeu.

O importante é que eu não sabia. Inclusive um dia, no ano passado, na casa do senador Demóstenes, ele pediu ao empresário que dissesse a mim que tinha saído da contravenção. Ele disse: "Queria dizer ao senhor que estou trabalhando na legalidade". Na boa fé, eu acreditei.

As gravações telefônicas mostram Cachoeira falando em nomeações para cargos importantes no seu governo.

Ele jamais fez esse tipo de pedido. Até porque ele não tinha acesso, a não ser a algumas pessoas ligadas ao governo.

A investigação revela o envolvimento de policiais de Goiás no esquema. Isso não é ruim para o seu governo?

Não para o governo, mas para o Estado. Não são funcionários do governo, mas do Estado. São forças de Estado. Participam hoje do meu governo, participaram de governos anteriores e vão participar de futuros. O que afirmo é que todas as pessoas envolvidas estão afastadas.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.