Assessora ligada a Cachoeira pede demissão

A chefe de gabinete do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), pediu exoneração do cargo depois das revelações de seu envolvimento com o empresário Carlinhos Cachoeira.

Reportagem da Folha de ontem mostrou que, segundo a Polícia Federal, Eliane Pinheiro recebeu por telefone informações sigilosas de operações policiais do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

"Essa [saída da chefe de gabinete] é a maior demonstração de que esse não é um assunto de governo. Essas duas ligações [telefônicas] foram pessoais, que não têm nada com as diretrizes do governo. Foram duas vezes em que ele [Cachoeira] ligou para ela. De qualquer maneira, o pedido de demissão revela que essa relação pessoal não é de governo", disse Perillo.

O relatório da PF afirma que Cachoeira trocou uma série de telefonemas com Eliane, que seria a responsável por informar o prefeito Geraldo Messias (PP), de Águas Lindas, aliado de Perillo, sobre investigações em curso.

Eliane e Cachoeira foram citados em dois relatórios produzidos de outra operação da PF, a Monte Carlo.

Em carta enviada a Perillo, Eliane reafirmou a versão de que houve confusão em relação a uma outra pessoa que teria o mesmo nome: "Em qualquer país civilizado, somente os tribunais aplicam penas e, mesmo assim, após um processo de apuração de culpas e mediante o exercício do direito de defesa".

Outro membro da cúpula do governo de Goiás, o presidente do Detran, Edivaldo Cardoso, pediu demissão ontem. Ele também aparece no inquérito envolvido com o grupo de Cachoeira.

CPI

Em um encontro na sede do PT na segunda, ministros do partido se posicionaram favoráveis a uma CPI para investigar o esquema Carlos Cachoeira e suas ramificações no mundo político.

Apesar do suposto envolvimento de um petista no caso, a legenda avalia que uma investigação do Congresso comprometeria Perillo.