Endividada, São Paulo investe menos que o Rio

Apesar de ter metade da receita paulistana (R$ 14,1 bilhões contra R$ 28,7 bilhões), o Rio de Janeiro investiu mais em 2011: R$ 3,3 bilhões ante R$ 3 bilhões de São Paulo.

Segundo especialistas em finanças publicas, o que explica essa diferença é que o Rio conseguiu renegociar sua dívida, liberando verbas para investir, enquanto a dívida de São Paulo só cresceu.

Devido a isso, São Paulo investiu no ano passado apenas 10,6% de sua receita corrente líquida, a menor taxa entre as capitais do Sudeste.

Em 2000, a União assumiu R$ 9 bilhões da dívida de São Paulo, que assim virou devedora do governo federal. Em 2004, como a prefeitura não amortizou 20% da dívida, os juros subiram para 9% ao ano mais a variação do IGP-DI (antes era IGP-DI mais 6%).

Segundo o secretário de Planejamento, Rubens Chammas, São Paulo já pagou R$ 17 bilhões à União, mas ainda deve R$ 48 bilhões.

Já o Rio fez um empréstimo de US$ 1 bilhão do Banco Mundial e pagou parte da dívida com a União, negociada entre 1997 e 1999. "Trocamos uma dívida cara por uma mais barata", diz o chefe da Casa Civil, Pedro Paulo.

Com a amortização, o fluxo de pagamentos anuais à União caiu de 10,5% da receita corrente líquida para 5%, liberando cerca de R$ 500 milhões por ano no orçamento.

O governo federal também aportou cerca de R$ 3 bilhões no Rio nos últimos três anos, para cumprir compromissos para as Olimpíadas de 2016.

"Temos contratados na cidade cerca de R$ 20 bilhões em investimentos, somando os aportes públicos e privados por meio de PPPs [parcerias público-privadas]. Isso é cerca de 10% do nosso PIB", afirma o secretário.

Entre as obras em andamento, estão vias para ampliar o acesso à Barra da Tijuca, região que sediará a maioria das competições olímpicas, e a revitalização da região do porto.